São Paulo, domingo, 1 de novembro de 1998

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Painel


Briga aberta e...

Covas deixou claro anteontem na conversa com FHC que peitará o PFL, especialmente ACM. Saiu defendendo o Ministério da Produção e pregando a indicação de Mendonção - idéia e nome bombardeados pelos pefelistas, que apoiaram Maluf em SP.


...na centro-esquerda

Antes de ser reeleito, Covas desconversava quando era indagado sobre ministros de FHC. Dizia que não permitiria palpite sobre seus secretários.


Síntese de 2 trajetórias

"No primeiro mandato, Covas foi gerente. No segundo, será político. Isso faz dele mais importante para o PSDB do que FHC, que estará tendo que ser o gerente que não foi por ter sido político demais", diz tucano ligado ao governador paulista.


Namoro de ocasião
A aliança PMDB-PFL é restrita às eleições do Senado e da Câmara. Tanto que os peemedebistas articulam apoio ao nome de Mendonção para a pasta da Produção, o que os pefelistas vetam.


Lenha na fogueira

O PT nacional tenta amaciar a seção mineira do partido. Está defendendo que o partido integre o governo de Itamar (PMDB), que se encontrará com Zé Dirceu na quarta em Brasília.


Coro dos contrários

Lula articula pessoalmente a presença dos governadores Covas (PSDB-SP), Garotinho (PDT-RJ), Itamar (PMDB-MG) e Olívio (PT-RS) em um seminário no dia 13 no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no qual discutirão o desemprego.


Círculo vicioso
Os caciques do PSB decidiram convocar a Executiva Nacional para discutir o apoio de Luiza Erundina a Covas. Uma ala quer vetar a composição. Mas Erundina deve ter o apoio de lideranças emergentes do partido, como Célio de Castro (BH).


Apetite insaciável
A eventual indicação do vice Marco Maciel para ministro da Defesa não é "cala a boca" suficiente para aquietar o PFL, segundo se diz no partido. Principalmente se o Ministério da Produção sair para um tucano.


Inimigo vitaminado

A vitória de Perillo (PSDB) sobre o PMDB de Goiás doeu em Geddel Lima. Na Câmara, Perillo se refere ao líder peemedebista como Geddel "Anão" Lima, pelo envolvimento na CPI do Orçamento. E Geddel chama o desafeto de "mequetrefe".

Não dá pra segurar
O Planalto concluiu que não dá para sustentar o aumento da contribuição previdenciária dos servidores e passar a cobrá-la dos inativos da União sem atingir também os militares. O projeto de aumento está em fase final de elaboração na Casa Civil.

Trincheira corporativa
O governo diz que encontra dificuldade para concluir o estudo sobre o aumento da contribuição previdenciária dos militares. Motivo: o Emfa (Estado-Maior das Forças Armadas) estaria sonegando informações.



Perna curta

Quinta-feira curiosa: enquanto Malan dizia no Senado que os empresários que jantaram no Palácio da Alvorada com FHC não tinham tido conhecimento do pacote, Alcides Tápias (Camargo Corrêa) afirmava que pontos do ajuste haviam sido discutidos na mesma reunião.

De casaca virada
Os ministros Padilha (Transportes) e Calheiros (Justiça) e os parlamentares Jader Barbalho e Geddel Vieira Lima viraram Itamar (PMDB) desde criancinha. Os quatro, que impediram a candidatura presidencial de Itamar, agora dizem que o governador eleito de Minas é o "projeto de poder do PMDB".

Ponto de referência
Cristovam Buarque, que perdeu a eleição em Brasília, deve ser o secretário-executivo do fórum de governadores da oposição. O nome dele é consenso.

Contra a maré
Procuradores da República se reúnem em Una, interior da Bahia. Discutem a formação de lobby para forçar o Congresso a aprovar o plano de carreira dos servidores do Ministério Público. Com aumento de salários.

TIROTEIO

De Duda Mendonça, publicitário que dirigiu a campanha de Maluf, sobre Covas ter dito que não é objeto de marketeiros:
- Só há dois tipos de político. O que faz marketing político. E o que diz que não faz marketing político por marketing político.

CONTRAPONTO
Cúmulo da prevenção Na semana passada, de volta a Brasília depois das eleições, o deputado Valdemar Costa Neto (SP), líder do PL na Câmara, saía de um dos anexos do Congresso quando avistou o motorista de uma ambulância que faz ponto no local.
O deputado não perdeu tempo. Caminhou em direção ao motorista e o cumprimentou efusivamente.
Quando chegou ao seu carro, Costa Neto foi abordado pelo seu motorista:
- Poxa, deputado. O senhor fez tanta festa para o motorista da ambulância. Quase carregou ele no colo...
Costa Neto demorou para entender. Quando percebeu que seu motorista estava enciumado, olhou para ele e retrucou, gozador, com lógica irretocável:
- Mas e você queria o quê?! Tenho que tratá-lo muito bem. Se eu tiver um piripaque, a minha vida tá nas mãos dele. Imagine se ele não gosta de mim e sai dirigindo a vinte por hora?!



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