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ADMINISTRAÇÃO
Empresa ganhou licitação para fazer pesquisas para a Presidência
Governo paga R$ 4,1 mi a assessor de campanha de 94
EMANUEL NERI
da Reportagem Local
Em apenas 15 meses -de fevereiro do ano passado a agosto deste ano -, a Presidência da República gastou R$ 4,1 milhões em um
contrato com a MCI - Marketing
Estratégia e Comunicação Institucional, que pertence ao cientista
político Antônio Lavareda.
Lavareda trabalhou nas duas
campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso. A partir
da leitura e da interpretação das
pesquisas, Lavareda orienta a estratégia eleitoral.
Junto com os marqueteiros da
campanha, Lavareda tem sido
uma peça importante nas campanhas de FHC, na realização e interpretação de pesquisas.
A Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República
informou que o contrato de Lavareda com o governo se refere a
uma consultoria prestada por sua
empresa na área de comunicação.
Segundo a secretaria, houve licitação para a contratação da MCI.
A documentação sobre o pagamento à empresa de Lavareda
consta do Siafi (Sistema Integrado
de Administração Financeira). O
desembolso é feito em parcelas
mensais. Em janeiro deste ano, foram duas parcelas -uma de R$
246,8 mil e outra de R$ 53,4 mil.
Mas o maior desembolso do Tesouro com a empresa de Lavareda
ocorreu em outubro do ano passado, com R$ 430,5 mil. Em 98, as
maiores valores foram pagos no
último mês de maio, com R$ 395,8
mil, e em abril, com R$ 344,1 mil.
Outro lado
O secretário de Comunicação
Social da Presidência da República, embaixador Sergio Amaral,
afirmou que a MCI foi contratada
por meio de licitação, da qual participaram duas outras empresas.
"Eu não poderia chegar para o
Lavareda e dizer: "Você ganhou,
mas não pode levar'", afirmou.
"Quase todas as grandes empresas do setor prestam serviço para o
governo", declarou o embaixador. Ele citou como exemplo o
Vox Populi. "Esse instituto presta
serviço para o Ministério do Trabalho. Se tivesse feito a campanha,
a mesma coisa poderia ser dita."
Amaral afirma que a Secom realiza um trabalho de pulverização
da propaganda oficial, hoje de responsabilidade de 45 agências.
A Folha telefonou três vez durante a semana para Antônio Lavareda. Sua secretária, Adriana,
disse que ele não estava. A Folha
também deixou recados para Lavareda, sem obter contato, em Recife, onde ele também trabalha.
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