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Deputada teria recebido R$ 213 mil
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
A CPI do Narcotráfico recebeu
cópias de cheques e transferências bancárias no total de R$ 213
mil que teriam beneficiado a deputada estadual Núbia Cozzolino
(PTB-RJ) e seu irmão Charles
Cozzolino, ex-prefeito de Magé
(RJ). A CPI suspeita que o dinheiro tenha sido desviado da Secretaria Municipal de Magé.
A CPI quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico da deputada
há um mês. A decisão foi tomada
em razão de seu nome ter sido citado como colaboradora do narcotráfico em uma fita de conversa
telefônica entre um suposto assessor dela e um traficante conhecido por Dinho.
Segundo o dossiê, a Prefeitura
de Magé pagou em 6 de agosto de
1996, durante a administração de
Charles Cozzolino, R$ 101.941 à
empresa Century Medical, depositados na conta de seu diretor
Heroyto Clemente Neves.
No dossiê estão anexadas ordens de pagamento à empresa em
que a justificativa é fornecimento
de material hospitalar.
O diretor da empresa emitiu, no
mesmo dia em que recebeu o pagamento da prefeitura, quatro
cheques em nome de Charles
Cozzolino, num total de R$
81.941. Outro cheque de R$ 20 mil,
nominal, foi emitido por Neves a
Moacir Nunes Moreira.
No dia seguinte, ainda de acordo com o dossiê, o ex-prefeito
emitiu um cheque de R$ 30 mil a
favor de Lucimar Pereira Costa,
que fez em seguida transferências
bancárias de R$ 7 mil e R$ 18 mil
para a conta da deputada Núbia
na agência Magé do Banerj.
No mesmo dia, a deputada teria
transferido R$ 18 mil para outra
conta pessoal na agência Bangu
do Unibanco.
No dia 8 de agosto do mesmo
ano, o dossiê afirma que a empresa Farmakus Medicamentos recebeu R$ 111.049,60 em dois cheques assinados pelo ex-prefeito,
da conta da Secretaria Municipal
de Saúde. No mesmo dia Sérgio
M. C. Silva, que seria funcionário
da Farmakus, emitiu três cheques
no valor total de R$ 101 mil em favor de Charles Cozzolino.
A nova denúncia foi entregue
anteontem à CPI durante depoimentos de seis testemunhas colhidos pela PF no Rio.
Outro lado
O advogado da deputada, Michel Assef, afirmou que o TRE
(Tribunal Regional Eleitoral) julgou em 1997 a acusação de desvio
de verbas e considerou a denúncia improcedente.
Segundo ele, a denúncia foi arquivada por falta de provas e está
sendo refeita devido a disputas
políticas locais. Até a conclusão
desta edição, o TRE não havia
confirmado a informação.
Colaborou a Sucursal do Rio
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