São Paulo, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 1999


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Deputada teria recebido R$ 213 mil

ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

A CPI do Narcotráfico recebeu cópias de cheques e transferências bancárias no total de R$ 213 mil que teriam beneficiado a deputada estadual Núbia Cozzolino (PTB-RJ) e seu irmão Charles Cozzolino, ex-prefeito de Magé (RJ). A CPI suspeita que o dinheiro tenha sido desviado da Secretaria Municipal de Magé.
A CPI quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico da deputada há um mês. A decisão foi tomada em razão de seu nome ter sido citado como colaboradora do narcotráfico em uma fita de conversa telefônica entre um suposto assessor dela e um traficante conhecido por Dinho.
Segundo o dossiê, a Prefeitura de Magé pagou em 6 de agosto de 1996, durante a administração de Charles Cozzolino, R$ 101.941 à empresa Century Medical, depositados na conta de seu diretor Heroyto Clemente Neves.
No dossiê estão anexadas ordens de pagamento à empresa em que a justificativa é fornecimento de material hospitalar.
O diretor da empresa emitiu, no mesmo dia em que recebeu o pagamento da prefeitura, quatro cheques em nome de Charles Cozzolino, num total de R$ 81.941. Outro cheque de R$ 20 mil, nominal, foi emitido por Neves a Moacir Nunes Moreira.
No dia seguinte, ainda de acordo com o dossiê, o ex-prefeito emitiu um cheque de R$ 30 mil a favor de Lucimar Pereira Costa, que fez em seguida transferências bancárias de R$ 7 mil e R$ 18 mil para a conta da deputada Núbia na agência Magé do Banerj.
No mesmo dia, a deputada teria transferido R$ 18 mil para outra conta pessoal na agência Bangu do Unibanco.
No dia 8 de agosto do mesmo ano, o dossiê afirma que a empresa Farmakus Medicamentos recebeu R$ 111.049,60 em dois cheques assinados pelo ex-prefeito, da conta da Secretaria Municipal de Saúde. No mesmo dia Sérgio M. C. Silva, que seria funcionário da Farmakus, emitiu três cheques no valor total de R$ 101 mil em favor de Charles Cozzolino.
A nova denúncia foi entregue anteontem à CPI durante depoimentos de seis testemunhas colhidos pela PF no Rio.

Outro lado
O advogado da deputada, Michel Assef, afirmou que o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) julgou em 1997 a acusação de desvio de verbas e considerou a denúncia improcedente.
Segundo ele, a denúncia foi arquivada por falta de provas e está sendo refeita devido a disputas políticas locais. Até a conclusão desta edição, o TRE não havia confirmado a informação.


Colaborou a Sucursal do Rio


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