São Paulo, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 1999


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Brasil consome mais drogas, diz Cardoso

da Sucursal de Brasília

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, disse ontem que o Brasil não pode se transformar em "um tanque de contenção de droga" e que, para isso, deve combater a entrada e não a saída de entorpecentes.
Segundo Cardoso, o Brasil "está passando rapidamente da condição de apenas país de trânsito da droga que demandam os grandes mercados dos Estados Unidos e da Europa para também de consumidor".
Ele deu essa declaração durante o seminário de combate à lavagem de dinheiro, ao comentar crítica do deputado Moroni Torgan (PFL-CE) à ajuda financeira dos Estados Unidos para o combate ao narcotráfico em países da América Latina.
Segundo o deputado, a ajuda desvia a atividade de repressão apenas para a saída da droga, aumentando o consumo interno.
O parlamentar disse que "o consumo interno tem aumentado em todos os lugares que os Estados Unidos têm auxiliado" e citou especificamente Venezuela, Argentina e Paraguai. Torgan afirmou que esses países eram apenas rotas internacionais e que passaram a ser mercados depois da ajuda norte-americana. "A mesma coisa aconteceu no Brasil."

Lavagem de dinheiro
O Banco Central foi informado de cerca de 500 ocorrências que indicam possível lavagem de dinheiro desde dezembro de 1998, quando foi criada norma que obriga as instituições financeiras a comunicarem movimentações atípicas de seus clientes.
Segundo o chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros do BC, Ricardo Liao, as ocorrências estão sendo repassadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão criado para coordenar dentro do governo o combate à lavagem de dinheiro.
Devido à lei que preserva o sigilo bancário, entretanto, o BC só está repassando informações parciais, como o nome do cliente, o seu CPF, a descrição da ocorrência suspeita e o local das movimentações financeiras.


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