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Para Everardo, projeto
respeita Constituição
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, disse ontem à
Folha que acredita na constitucionalidade do projeto que permite a quebra do sigilo bancário.
Segundo Everardo, o ministro
Nelson Jobim (Supremo Tribunal
Federal) já teria se posicionado favoravelmente à medida.
Reportagem publicada ontem
pela Folha afirma que o STF deverá declarar a inconstitucionalidade do projeto quando ele for
transformado em lei, caso seja
questionado sobre o assunto. O
tribunal tem 11 ministros.
Segundo Everardo, o posicionamento de Jobim foi declarado em
um recente encontro de juízes federais em Brasília. A Folha não
conseguiu entrar em contato com
Jobim porque ele está se recuperando de uma cirurgia.
Everardo defende a aprovação
do projeto sobre sigilo que foi votado no Senado. O substitutivo do
deputado Ney Lopes (PFL-RN),
para o secretário, não serve porque "deixa tudo como está hoje".
Com a quebra do sigilo bancário, a Receita Federal poderá investigar os contribuintes que não
estão pagando Imposto de Renda,
mas apresentam uma movimentação bancária muito alta.
Hoje, as informações sobre a
movimentação bancária dos contribuintes servem apenas para fiscalizar a arrecadação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira, o chamado "imposto do cheque").
Em outubro, Everardo divulgou
um estudo indicando que, em
1998, 209 empresas que não pagaram Imposto de Renda movimentaram mais de R$ 100 milhões cada uma.
Entre 201 pessoas físicas que
não pagaram Imposto de Renda
naquele ano, a movimentação
bancária individual atingiu mais
de R$ 10 milhões.
Essas pessoas se declararam
isentas (rendimentos abaixo de
R$ 10.800 por ano) ou simplesmente não informaram nada.
Na época, Everardo reclamou
que tinha os indícios de sonegação, mas não podia fazer nada para autuar os contribuintes. "A Receita fala, mas faz de conta que
não enxerga", disse.
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