São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2001

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Corpo-a-corpo
Tasso Jereissati (PSDB) vai procurar Paulo Renato e Pimenta da Veiga quando voltar dos Estados Unidos, no dia 8. O governador do Ceará quer convencer os ministros a desistir de suas pretensões presidenciais para apoiá-lo explicitamente na disputa contra José Serra.

Pragmatismo tucano
A missão de Tasso será bastante difícil. Por mais simpatia que tenham pelo governador do Ceará, Pimenta e Paulo Renato são fiéis a FHC e dizem que jamais levariam a público as divergências tucanas.

Pedido aceito
Michel Temer disse ontem que apoiará o pedido de Itamar Franco de incluir vereadores e prefeitos nas prévias do PMDB, elevando o número de eleitores para cerca de 16 mil. O presidente da sigla dará a resposta diretamente a Itamar em reunião na terça-feira, em Brasília.

Frente antitopete
Temer afirmou que só disputará as prévias a presidente se Simon desistir. Não aceita ver Itamar como candidato único.

Influência estrangeira
O PFL importou parte do programa do PP espanhol, partido do premiê, José María Aznar, para a campanha de Roseana Sarney. As propostas que mais agradam são as de combate ao desemprego e à desigualdade.

Casa de ferreiro
Enquanto Roseana recebia ontem um prêmio no Rio, o deputado estadual Pedro Alves (PSB) era internado em São Luís após ter desmaiado num protesto contra a governadora. Ficou 48 horas em greve de fome na Assembléia do Maranhão.

Verba seletiva
A Funasa (Fundação Nacional de Saúde), subordinada a José Serra, liberou em novembro R$ 11,5 milhões para investimentos em saneamento nos Estados. Quase R$ 9 milhões foram para Pernambuco, governado por Jarbas Vasconcelos (PMDB), possível vice na chapa de Serra.

Dançando na chuva
José Ignácio (PTN) deixou o Espírito Santo pela primeira vez nesta semana desde sua expulsão do PSDB. Foi a Brasília pedir R$ 250 mi de antecipação de royalties do petróleo para reconstruir o Estado após a enchente.

Feudo ameaçado
ACM pode perder pela primeira vez o controle do Tribunal de Justiça da Bahia. Carlos Cintra, desafeto do ex-senador, é favorito para vencer a eleição que ocorrerá na segunda-feira. Ele vai concorrer com o carlista histórico Amadis Barreto.

Exemplo soviético
De Roberto Requião (PMDB-PR), sobre FHC ter lutado pela aprovação do projeto que muda a CLT após ter feito sucesso na França com discurso de esquerda: "FHC lançou o "Projeto Gorbatchov': ser famoso lá fora e odiado aqui dentro".

Guerra dos números
A cúpula petista espera que 70% dos 1.200 delegados do encontro estadual do partido rejeitem hoje a proposta de Eduardo Suplicy de participar da prévia presidencial, forçando-o a desistir. Já o senador garante que vence por larga margem.

Perda de tempo
Líderes petistas dizem, com ironia, que não vale mais a pena criticar Ciro Gomes (PPS), depois de ele ter defendido Collor. "Para quê? Ele se desgasta sem a nossa ajuda", diz um deles.

Memória seletiva
Luiz Estevão (DF) enviou uma carta aos senadores mostrando que já foi absolvido em 13 processos na Justiça. O senador cassado só não citou o processo mais grave, o do escândalo do TRT, ainda em andamento.

Visita à Folha
Ronaldo Costa Couto, ministro da Casa Civil e do Interior no governo José Sarney, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do seu filho, o advogado Juliano R. de Vasconcelos Costa Couto.

TIROTEIO

De João Herrmann (PPS-SP), sobre o projeto de José Serra (Saúde) que prevê distribuição gratuita de remédios:
- Em vez de beneficiar doentes, o ministro beneficia laboratórios. Vai transformar cada farmácia num comitê eleitoral.

CONTRAPONTO

Recaída momentânea

A votação do projeto que muda a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) uniu as bancadas do PMDB e do PT na Câmara na semana passada. O PMDB não seguiu a orientação do governo e decidiu votar contra o projeto.
Na terça-feira, a oposição passou a tumultuar as entrevistas dadas por líderes governistas favoráveis à proposta.
A gritaria dominava o salão verde da Câmara quando chegou Geddel Vieira Lima (BA), líder do PMDB. Imediatamente, vários oposicionistas foram cumprimentá-lo.
- Geddel, meu companheiro! - gritou o petista Ivan Valente. -Quem diria que eu iria acabar parabenizando o Geddel!
Com cara de poucos amigos, o baiano retrucou:
- Meu amigo, não venha fazer média às minhas custas. Não tem essa de companheiro, não. Meu companheiro é o governo. A atual posição é pontual.


Próximo Texto: Rumo a 2002: Serra expõe a exportadores plano econômico para o país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.