São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Ponto para Dilma

Na berlinda desde que a agenda ambientalista foi apontada pelo próprio governo como um entrave ao crescimento, a ministra Marina Silva deve perder uma parada na semana que vem. Dilma Rousseff, que dias atrás se desentendeu com a colega em reunião no Planalto, avisou a parlamentares que a Casa Civil soltará na terça-feira o decreto que simplifica a autorização para o uso de defensivos agrícolas genéricos no país, atendendo a uma reivindicação do agronegócio.
Hoje, os genéricos têm de cumprir longo e dispendioso caminho até obterem registro. A pasta de Marina defende esse trâmite para evitar riscos ao meio ambiente e à saúde humana. O setor agrícola alega que a flexibilização quebrará o monopólio de poucas multinacionais, barateando a cadeia de produção.

Que fase! A coisa anda feia para Marina. Na Esplanada, aposta-se que haverá troco para o documento em que o Conselho Nacional do Meio Ambiente, presidido pela ministra, manifesta "indignação" diante de comentários feitos por Lula sobre os entraves ao crescimento.

Está podendo 1. A ala em ascensão no PP, que tem entre seus expoentes o senador eleito Francisco Dornelles (RJ), trabalha para manter Márcio Fortes nas Cidades. O ministro disse a mais de um parlamentar que espera ficar.

Está podendo 2. Dornelles apadrinha outro candidato a posto robusto no segundo mandato: Nilo Sérgio Felix, para presidir a Embratur.

Última missão. De malas prontas para deixar o governo, Márcio Thomaz Bastos recebeu a incumbência de conversar com FHC e tentar romper a resistência do ex-presidente aos acentos de Lula. O ministro e o tucano marcaram encontro no México.

Eu, não. Wilson Santarosa, gerente de Comunicação Institucional da Petrobras, nega ter abastecido a direção da empresa com dossiês sobre aliados e adversários do governo. "Abomino esse tipo de coisa. Não é do meu feitio."

Gladiadores 1. A pedido de Guido Mantega, Aldo Rebelo (PC do B-SP) havia tirado da pauta o projeto que recria a Sudene. Foi cobrado pelo líder do governo e pré-candidato à sua cadeira, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que queria a volta da matéria. "O ministro é mais seu do que meu", rebateu o presidente da Câmara.

Gladiadores 2. Tão logo chegue de viagem, Lula deve chamar Aldo e Chinaglia para conversar, separadamente.

Encrenca. O Ministério do Planejamento vai incluir no pacote de medidas econômicas a regulamentação do direito de greve dos servidores, previsto na Constituição e até hoje não definido em lei.

Fermento 1. Quando o comitê financeiro da campanha de Lula finalizava a prestação de contas, percebeu que uma padaria da Paraíba recebera, no dia da eleição, dinheiro suficiente para comprar cerca de 300 mil pãezinhos.

Fermento 2. Preocupada com o risco de ser acusada de compra de votos, a equipe mandou averiguar a fatura. Descobriu que se tratava de contrato de prestação de serviços ao longo da campanha, e não de um dia. Além de pão, a conta incluía água, refrigerantes e outros alimentos.

Contencioso. Tasso Jereissati já estava por aqui com Jutahy Jr. antes da reunião da Executiva do PSDB, na qual acabou batendo boca com o deputado. O senador é um dos defensores da extensão para outras áreas de incentivos similares aos da Zona Franca de Manaus. Jutahy, da ala tucana contrária ao projeto, conseguiu evitar sua aprovação por via expressa na Câmara.

Fazendo água. A equipe de transição de José Serra chegou à conclusão de que a Sabesp é a área da administração paulista com mais problemas acumulados a resolver.

Tiroteio

"A briga entre os tucanos é para saber quem ajudou menos o candidato do partido à Presidência. Sugiro que a próxima reunião seja feita num consultório de psicanálise".
Do deputado DR. ROSINHA (PT-PR) sobre o bate-boca entre o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o deputado Jutahy Júnior (BA) durante reunião, anteontem, da Executiva Nacional da sigla.

Contraponto

Momento histórico

José Thomaz Nonô (AL) preocupou os colegas de Executiva do PFL por ter passado todo o tempo sentado sozinho, calado, durante reunião ontem. Temendo que o vice-presidente da Câmara ainda estivesse abalado pela derrota na disputa por uma vaga no Senado, os pefelistas tentaram animá-lo. Um assessor entregou-lhe o convite para o jantar de fim de ano do partido, no próximo dia 12.
-Sou um homem crente, jamais deixaria de participar da Última Ceia-, disse Nonô, ironizando não só sua derrota mas a de todo PFL, que perdeu vários governos.
Depois das gargalhadas, o alagoano arrematou:
-Estarei lá. Chegarei cedo e ficarei até o último cálice!


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