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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Ponto para Dilma
Na berlinda desde que a agenda ambientalista foi
apontada pelo próprio governo como um entrave ao
crescimento, a ministra Marina Silva deve perder
uma parada na semana que vem. Dilma Rousseff, que
dias atrás se desentendeu com a colega em reunião no
Planalto, avisou a parlamentares que a Casa Civil soltará na terça-feira o decreto que simplifica a autorização para o uso de defensivos agrícolas genéricos no
país, atendendo a uma reivindicação do agronegócio.
Hoje, os genéricos têm de cumprir longo e dispendioso caminho até obterem registro. A pasta de Marina defende esse trâmite para evitar riscos ao meio
ambiente e à saúde humana. O setor agrícola alega
que a flexibilização quebrará o monopólio de poucas
multinacionais, barateando a cadeia de produção.
Que fase! A coisa anda feia
para Marina. Na Esplanada,
aposta-se que haverá troco
para o documento em que o
Conselho Nacional do Meio
Ambiente, presidido pela ministra, manifesta "indignação" diante de comentários
feitos por Lula sobre os entraves ao crescimento.
Está podendo 1. A ala em
ascensão no PP, que tem entre seus expoentes o senador
eleito Francisco Dornelles
(RJ), trabalha para manter
Márcio Fortes nas Cidades. O
ministro disse a mais de um
parlamentar que espera ficar.
Está podendo 2. Dornelles apadrinha outro candidato a posto robusto no segundo
mandato: Nilo Sérgio Felix,
para presidir a Embratur.
Última missão. De malas
prontas para deixar o governo, Márcio Thomaz Bastos recebeu a incumbência de conversar com FHC e tentar romper a resistência do ex-presidente aos acentos de Lula. O
ministro e o tucano marcaram encontro no México.
Eu, não. Wilson Santarosa,
gerente de Comunicação Institucional da Petrobras, nega
ter abastecido a direção da
empresa com dossiês sobre
aliados e adversários do governo. "Abomino esse tipo de
coisa. Não é do meu feitio."
Gladiadores 1. A pedido
de Guido Mantega, Aldo Rebelo (PC do B-SP) havia tirado
da pauta o projeto que recria a
Sudene. Foi cobrado pelo líder do governo e pré-candidato à sua cadeira, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que queria a
volta da matéria. "O ministro
é mais seu do que meu", rebateu o presidente da Câmara.
Gladiadores 2. Tão logo
chegue de viagem, Lula deve
chamar Aldo e Chinaglia para
conversar, separadamente.
Encrenca. O Ministério do
Planejamento vai incluir no
pacote de medidas econômicas a regulamentação do direito de greve dos servidores,
previsto na Constituição e até
hoje não definido em lei.
Fermento 1. Quando o comitê financeiro da campanha
de Lula finalizava a prestação
de contas, percebeu que uma
padaria da Paraíba recebera,
no dia da eleição, dinheiro suficiente para comprar cerca
de 300 mil pãezinhos.
Fermento 2. Preocupada
com o risco de ser acusada de
compra de votos, a equipe
mandou averiguar a fatura.
Descobriu que se tratava de
contrato de prestação de serviços ao longo da campanha, e
não de um dia. Além de pão, a
conta incluía água, refrigerantes e outros alimentos.
Contencioso. Tasso Jereissati já estava por aqui com Jutahy Jr. antes da reunião da Executiva do PSDB, na qual
acabou batendo boca com o
deputado. O senador é um dos
defensores da extensão para
outras áreas de incentivos similares aos da Zona Franca de
Manaus. Jutahy, da ala tucana
contrária ao projeto, conseguiu evitar sua aprovação por
via expressa na Câmara.
Fazendo água. A equipe
de transição de José Serra
chegou à conclusão de que a
Sabesp é a área da administração paulista com mais problemas acumulados a resolver.
Tiroteio
"A briga entre os tucanos é para saber quem
ajudou menos o candidato do partido à
Presidência. Sugiro que a próxima reunião
seja feita num consultório de psicanálise".
Do deputado DR. ROSINHA (PT-PR) sobre o bate-boca entre o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o deputado Jutahy Júnior (BA) durante
reunião, anteontem, da Executiva Nacional da sigla.
Contraponto
Momento histórico
José Thomaz Nonô (AL) preocupou os colegas de Executiva do PFL por ter passado todo o tempo sentado sozinho, calado, durante reunião ontem. Temendo que o vice-presidente da Câmara ainda estivesse abalado pela derrota na disputa por uma vaga no Senado, os pefelistas tentaram animá-lo. Um assessor entregou-lhe o convite para o
jantar de fim de ano do partido, no próximo dia 12.
-Sou um homem crente, jamais deixaria de participar
da Última Ceia-, disse Nonô, ironizando não só sua derrota mas a de todo PFL, que perdeu vários governos.
Depois das gargalhadas, o alagoano arrematou:
-Estarei lá. Chegarei cedo e ficarei até o último cálice!
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