São Paulo, sexta, 2 de janeiro de 1998.




Próximo Texto | Índice


PAINEL




Pressão federal
Empresas aéreas fazem lobby junto à Casa Civil para evitar que a gestão dos aeroportos seja transferida do Ministério da Aeronáutica para o dos Transportes. Até o momento, o ministro Clóvis Carvalho tem resistido.

Acordo de cavalheiros
A Aeronáutica se aliou às empresas aéreas para lutar contra a transferência dos aeroportos para o Ministério dos Transportes. Poucos aeroportos dão lucro, mas os dois grupos têm um entendimento de benefício mútuo.

Negativa educada
Pessoa próxima a Itamar acha que ele fechará com a reeleição de FHC e que deixará Ciro Gomes (PPS) a ver navios, apesar da ótima relação dos dois. Vai dizer a Ciro que 98 é cedo para ele chegar à Presidência.

Time montado
Sem acordo com o PMDB, hoje, a chapa do PFL ao governo da Paraíba teria Raimundo Lira na cabeça. A vice deve ficar com o pedetista Vital Filho e, o Senado, com o ex-governador Tarcisio Burity, atualmente no PPB.

Aposta na prevenção
O Ministério dos Transportes comprará 100 balanças móveis em 98 para fiscalizar o peso das cargas. Cada uma custa R$ 90 mil. O ministério tem hoje só 29 balanças fixas. "Sem controlar as cargas, não adianta tapar buracos", diz o ministro Padilha.


Pêndulo católico
A defesa de d. Paulo Evaristo Arns a Celso Pitta na condenação no caso dos precatórios não significa apoio incondicional. O cardeal aprovou que a arquidiocese entre na luta contra o projeto que dá calote na Educação.

Passando o chapéu
Os candidatos proporcionais do PDT paulista vão ter que abrir a carteira para ajudar a campanha de Francisco Rossi ao governo. "Empresário só dá dinheiro para quem está no poder: Maluf ou Covas", explica o candidato.

Ah, bom
Dirigentes do PT espalham que a resistência da esquerda do partido a Marta Suplicy seria causada por uma suposta proximidade do grupo com a Igreja Católica. Tentam tirar o foco da política e levá-lo para o campo moral.

Afinidade tardia
O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), recentemente condecorado pela Marinha, publicou um livreto defendendo o projeto Aramar, em Iperó, onde a força desenvolve pesquisas para uso militar da energia nuclear.

Loteamento Brasil
O PSDB ficou com 4 e o PFL com 1 dos 5 lugares na diretoria da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Os tucanos já controlam duas das agências reguladoras: a ANP e a Anatel. O PFL fez a maioria das indicações da Aneel.

Bola dividida
A disputa pela diretoria da ANT (Agência Nacional dos Transportes) promete ser animada. O PMDB quer a agência. Mas há dois grupos no partido de olho nos cargos: o de Michel Temer e Eliseu Padilha e o do prefeito Newton Cardoso.

Balcão de negócios
A transformação do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em agência tem por objetivo tirar de Brasília a renovação de licença de lavra. O governo perdeu o controle. A idéia é descentralizar.

Proposta indecente
FHC pensa em passar o Carnaval em Fernando de Noronha, onde esteve no réveillon de 96 para 97. Mas fez uma proposta de acordo aos jornalistas: "Vamos arrumar um jeito de vocês não me incomodarem".

Resistência baixa
Além do custo social, a aceleração do desemprego traz outro problema para o governo: reforça a percepção do investidor externo de que a margem política para a elevação de juros (ou manutenção deles altos), em eventual ataque ao real, se reduz.

Bússola reeleitoral
Diretriz do Palácio do Planalto aos ministros, para 1998: "Concentrar os esforços nos programas-chaves, completar o que foi planejado e evitar começar o que não foi programado".

TIROTEIO
De Geraldo Pastana (PT-PA), sobre o repouso de FHC em instalações da Marinha na restinga de Marambaia (RJ):
- Resta saber se, no código de conduta do servidor público, que o governo prometeu enviar ao Congresso, será disciplinada a utilização de próprios públicos para o descanso do presidente e de seus familiares.

CONTRAPONTO

Lembranças da infância
Em campanha para o governo do Estado de São Paulo, o ex-prefeito paulistano Paulo Maluf (PPB) visitou em novembro a cidade de Águas da Prata, conhecida estância balneária do interior paulista.
Recebido na cidade pelas lideranças locais do seu partido e pelo pároco da cidade, Maluf começou a se lembrar da época de criança.
Disse que costumava passar as férias na cidade, acompanhado dos pais.
Como o assunto era a infância do candidato, Maluf acabou olhando para o padre e contando que havia sido um garoto muito religioso. Contou que chegou a trabalhar na igreja e a ocupar o cargo de coroinha.
No final, o ex-prefeito provocou sorrisos discretos na audiência. Entre as reminiscências infantis, depois de um breve pausa, falou para o padre:
- Mas vocês da igreja têm sorte de eu não ter me tornado padre. Hoje seria candidato a papa.



Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.