São Paulo, quinta-feira, 02 de janeiro de 2003

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PAINEL

Teto petista
Lula irá propor um teto de R$ 2.000 para as aposentadorias dos trabalhadores dos setores público e privado. O valor será incluído no projeto de reforma da Previdência a ser enviado ao Congresso ainda no primeiro semestre para aproveitar a popularidade do novo presidente

Mesa de negociação
Ricardo Berzoini (Previdência) e dirigentes do PT convocarão as centrais sindicais em janeiro para discutir a reforma da Previdência. Um problema já está colocado. A CUT defende um teto de R$ 4.000, o dobro do oferecido pelo governo.

Ao sabor do vento
Em seu discurso de posse, Lula repetiu convocação feita por FHC ao assumir a Presidência, em 95. Ambos falaram em "mutirão nacional" para acabar com "a fome". O termo "mudança", usada várias vezes por Lula ontem, também estava na primeira peça de oratória do tucano.

Assinatura real
A caneta com a qual Lula assinou a sua posse foi dada por Ramez Tebet (PMDB), presidente do Senado. Uma MontBlanc banhada a ouro.

Novos companheiros
José Carlos Martinez, presidente do PTB, chegou à posse de Lula ontem de barba. Ouviu dezenas de petistas falarem que ele está parecendo um deles.

Oposição interna
Assim que entrou no plenário do Congresso, Lula parou para cumprimentar o deputado Milton Temer (PT). As relações dos dois andam estremecidas desde que Temer se recusou a disputar a reeleição por não concordar com a aliança com o PL.

Foto oficial
Antes de deixar o Congresso, Lula trocou de camisa e retocou a maquiagem. Uma estilista e uma maquiadora, credenciadas pelo PT para a cerimônia de posse, o auxiliaram.

Do outro lado
FHC confidenciou a amigos estar preocupado com as escolhas que Lula fez para o comando de estatais. Para o ex-presidente, empresas como Petrobras e Banco do Brasil deveriam ser dirigidas por profissional e não por políticos.

Liturgia do cargo
Antes de deixar Brasília, FHC disse também ter ficado espantado com a quantidade de palavrões que Lula fala em festas reservadas, como no churrasco que o petista ofereceu a ele.

Futuro garantido
Itamar viajou para Brasília, após transmitir o cargo para Aécio Neves. Não assistiu a posse de Lula, mas quer prestigiar hoje José Dirceu, que assume a Casa Civil. Vai se reunir também com Celso Amorim (Relações Exteriores) para acertar sua nomeação a alguma embaixada.

Câmera na mão
Nelson Pereira dos Santos e Eryk Rocha, filho do cineasta Glauber Rocha, filmaram a cerimônia de posse de Lula ontem. Os dois preparam documentários sobre a trajetória do petista.

Corda esticada
Lula quer nomear a petista Maria do Carmo, candidata derrotada ao governo do Pará em 2002, na presidência da ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia). Mas Ciro Gomes (Integração Nacional) não quer deixar de ter alguém da sua inteira confiança no cargo.

Risca de giz
Nomeados para o secretariado de Geraldo Alckmin, Luiz Roberto Barradas Barata, que assumirá a pasta da Saúde, e Barjas Negri, novo titular da Habitação, não se toleram. Ambos assessoraram José Serra.

Nova função
Luiz Salgado Ribeiro deixou a Secretaria de Comunicação de Geraldo Alckmin, mas continuará no Palácio dos Bandeirantes. Será assessor especial do governador de São Paulo.

TIROTEIO

Do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre o discurso de posse de Lula no Congresso:
- Procurei alguma coisa de novo no discurso e não achei. O pronunciamento poderia ter sido feito por qualquer político de qualquer partido. Pelo FHC, pelo José Serra, pelo Ciro Gomes...

CONTRAPONTO

Sucesso de público

Após a cerimônia de posse em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin foi cercado por jornalistas na Assembléia.
Um repórter perguntou ao governador paulista o que ele achava de a solenidade ocorrer no primeiro dia do ano.
O tucano disse que mudar a data era uma questão delicada, em razão do início do ano fiscal.
Mas, bem-humorado, lembrou-se da posse de Mário Covas, em 94. Alckmin disse que foi orientado a estar na casa de Covas às 9h, já que 30 minutos depois sairia o cortejo do governador eleito para a Assembléia.
- Na janela do carro, Covas e eu procurávamos alguém para dar um adeusinho, mas a cidade literalmente dormia...
E completou, provocando gargalhadas:
- De vez em quando aparecia um desavisado, que ainda não tinha terminado o Réveillon...ou algum jornalista...



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