|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SÃO PAULO
Governador tucano planeja também esvaziar os distritos policiais até 2004 e dar aumento salarial para os secretários
Alckmin anuncia retomada de privatizações
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ser empossado pela Assembléia Legislativa de São Paulo,
o governador paulista, Geraldo
Alckmin (PSDB), enfatizou duas
de suas prioridades para a próxima gestão: contenção de custos,
junto com a retomada das privatizações, e, para a área da segurança
pública, a retirada de todos os
presos que estão em distritos policiais até o final de 2004.
A contenção de custos só seria
quebrada para atender a um desejo do governador, que é conceder
um aumento salarial para os 21 secretários de Estado -que, desde
o último reajuste em dezembro de
1994, recebem R$ 5.800 por mês.
"Acho que secretário ganha
pouco, são R$ 4.900 líquidos. Ou
o secretário é rico ou vai dar aula à
noite. Vamos corrigir isso."
Para as principais medidas de
combate à criminalidade, Alckmin estabeleceu prazos. Disse
que, até fevereiro, agentes especiais irão assumir a vigilância dos
presídios. Segundo ele, isso faria
com que cerca de 4.000 policiais
militares, hoje na "guarda de muralha", voltassem para as ruas.
A segunda meta do governador
é "até o final de 2004 não ter um
preso em distrito policial na cidade de São Paulo". Hoje, 7.600 detentos, condenados ou à espera de
julgamento, estão nesses locais.
Dizendo-se disposto a aplicar
medidas de contenção de gastos
do Estado, Alckmin disse que irá
retomar as negociações para privatizar as seis subsidiárias da estatal Nossa Caixa (que exploram
serviços nas áreas de previdência
privada, cartões de crédito, seguro e capitalização) e a geradora de
energia Cesp-Paraná. "Com o setor privado, teremos mais agilidade e competitividade", disse ele.
O governador afirmou que ainda não há prazo para essas privatizações. No caso da Cesp-Paraná,
segundo o tucano, a privatização
foi suspensa diante de uma crise
no setor elétrico. "Tecnicamente
está tudo pronto. Vamos avaliar a
questão do mercado. Queremos
os melhores parceiros e o melhor
resultado", disse Alckmin.
O governo do Estado de São
Paulo já privatizou empresas de
distribuição de eletricidade
(Companhia Paulista de Força e
Luz, Elektro, Bandeirantes e Metropolitana), de geração de energia elétrica (Cesp, Paranapanema,
Cesp Tietê) e de gás (Comgás).
Alckmin anunciou ainda sua
desejo de criar uma secretaria extraordinária ou uma agência voltada ao comércio exterior e um
conselho de desenvolvimento
econômico e social, com a participação de empresários paulistas.
Protocolo
As declarações do governador
foram feitas após uma cerimônia
simples para oficializar a sua posse na Assembléia Legislativa.
Ao lado do vice-governador
Cláudio Lembo (PFL), Alckmin
prestou uma homenagem ao governador morto Mário Covas, de
quem foi vice por dois mandatos
consecutivos. Alckmin assumiu o
governo no começo de 2000, após
Covas ser internado. "Tomo posse com o coração pequeno. Pequeno pela ausência de Covas."
(leia íntegra do discurso abaixo).
O discurso de Alckmin só foi interrompido por gritos de "viva"
liderados pelos metroviários Avelazio Jacobina, 46, e Francisco de
Assis, 52, que levaram cerca de 40
pessoas da zona leste para a posse
do governador. "Fizemos do próprio bolso", disse Jacobina.
Na platéia, quem também chamava a atenção era o prefeito pelo
PFL de Aparecida, José Luiz Rodrigues, 47, com os cabelos pintados de loiro e de azul.
"Foi uma aposta. Se Alckmin tivesse em minha cidade mais de
50% dos votos, eu viria à posse
com o cabelo pintado. Ele ganhou", disse Rodrigues. O tucano
teve 66,76% dos votos válidos na
cidade no segundo turno.
Depois de Alckmin assinar o livro da posse -utilizado por todos os governadores paulistas
desde 1981-, as formalidades foram encerradas com honras militares. O governador passou em
revista a tropa formada por 300
alunos e oficiais da Academia Militar do Barro Branco.
Da Assembléia Legislativa de
São Paulo, Alckmin seguiu com a
família direto para Brasília, onde
acompanhou a transmissão de
cargo do presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) para
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Devido à viagem, Alckmin deverá dar posse hoje para seu novo
secretariado no Palácio dos Bandeirantes, quando também deverá anunciar mudanças administrativas para seu segundo mandato como governador paulista.
Texto Anterior: Outros estados: Posse acontece de madrugada Próximo Texto: Governador é "opção" para 2006, diz tucano Índice
|