São Paulo, segunda-feira, 02 de janeiro de 2006

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PAINEL

Suprapartidário 1
O documento de três páginas que descreve o suposto caixa dois de R$ 91, 5 mi na campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas em 1998 tem nomes de pesos-pesados da política mineira, divididos por 12 partidos, como PFL, PTB e PT.

Suprapartidário 2
Estão na lista os nomes do ministro petebista Mares Guia (Turismo), de Aécio Neves (PSDB), então candidato à Câmara, de Virgílio Guimarães (PT), ex-relator da reforma tributária, de Odelmo Leão (PP), atual prefeito de Uberlândia, e de João Magno, petista na fila de cassáveis.

Outro lado
O senador Azeredo, cuja campanha em 1998 teria sido o pivô do caixa dois, nega as irregularidades no processo eleitoral. Laudo da PF diz ser autêntica a assinatura do então tesoureiro de Azeredo no texto.

Fio de esperança
São escassas as esperanças da CPI de fechar as apurações sobre os pagamentos do PT a Duda Mendonça. Se permanecer o atual cenário, na pior das hipóteses para ele, o marqueteiro terá seu indiciamento apenas "sugerido" ao Ministério Público.

Haja holofote
A CPIs abrem 2006 cheias de candidatos a vôos mais altos. Os mais novos da lista são os senadores Demóstenes Torres (PFL), que sonha disputar o governo de Goiás, e Flávio Arns (PT), cotado para concorrer no Paraná.

Salto alto
Com o crescimento de Serra e Alckmin nas pesquisas, o PSDB começa a rever sua política de alianças. Até segunda ordem, apenas na Bahia está distante uma candidatura própria à sucessão de Paulo Souto (PFL).

Mudança de vento
No Paraná, onde estava praticamente selado o apoio tucano a Osmar Dias (PDT), sobe a pressão por um candidato próprio, que também sairia das CPIs, pois Álvaro Dias e Gustavo Fruet são os mais lembrados.

Sem procuração
No PT, por razão inversa, também ganha força a tese pela manutenção das cabeças-de-chapa com o partido. Os apoiadores dela acham que os "aliados" não irão defender Lula com vigor.

Réveillon místico 1
Ladeado pelo escritor Paulo Coelho, José Dirceu visitou ontem um mosteiro da ordem religiosa Betharram, no sul da França. O ex-deputado, cassado pela Câmara em 2005, fez, ajoelhado, orações pelos padres mortos nas Grandes Guerras.

Réveillon místico 2
No mesmo local, Dirceu (PT-SP) percorreu um caminho que reproduzia a via crucis: parou em 13 estações, incluindo a da traição de Judas Iscariotes.

Freio-de-mão
Sem ter tido seu Orçamento votado pela Assembléia, o presidenciável Geraldo Alckmin começa 2006 com cerca de R$ 6.7 bi para gastar neste mês. O governador tucano terá de cumprir o que determina a LDO estadual: 1/12 avos da peça geral.

Limpando a pauta
Apesar do impasse quanto ao Orçamento paulista, já há acordo entre governo e oposição na Assembléia para votar as contas do governador relativas a 2005, que também ficaram para trás.

Missão de paz
Ainda soberano na Câmara paulistana, o bloco PL-PMDB-PTB topa aprovar este mês o projeto de José Serra, outro presidenciável tucano, sobre as parcerias com entidades sociais para a área da saúde, prioridade do prefeito de São Paulo.

Conta-gotas
O "centrão", como é conhecido o grupo, só não aceita estender as parcerias, que dispensarão licitação, para outras áreas.

TIROTEIO

Do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) sobre o pacote de R$ 400 mi do governo para obras emergenciais, sem licitação, em rodovias:
-Está aí uma ótima oportunidade para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, iniciar seu plano de combate ao caixa dois eleitoral.

CONTRAPONTO

Culpados de sempre

No mês passado, durante a cerimônia de lançamento extra-oficial da candidatura de Orestes Quércia (PMDB) ao governo do Estado, em Ribeirão Preto, houve uma súbita queda da energia elétrica na Câmara da cidade, que abrigava o evento.
-É um atentado!-, gritou de imediato um peemedebista.
Com Quércia liderando as pesquisas de intenção de voto, o ex-secretário e ex-deputado Wagner Rossi emendou:
-Olha, coisa de tucanos não deve ser. Eles mandam na prefeitura, mas aqui na Câmara estão em desvantagem.
Logo vieram outros gritos:
-Então, só pode ser o PT!
Alguns minutos depois, o anfitrião Baleia Rossi, líder peemedebista na Assembléia, pediu a palavra para esclarecer:
-Olha, falei com mais gente e descobri que a queda de energia é no bairro todo. Então, está resolvido: foi o PSDB.


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