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Cabral ordena auditoria e congela despesas no Rio
Novo governador fluminense lança pacote de medidas de contenção de gastos
Por quatro meses, órgãos do Estado estarão proibidos de gastar com avião, diárias, hospedagens, linhas novas de celular e bolsas de estudo
RAPHAEL GOMIDE
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
No dia em que foi empossado
governador do Estado do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral Filho,
43, baixou um pacote de 14 decretos para auditar a folha de
pagamentos deixada pela antecessora Rosinha Matheus. O
objetivo é rever todos os contratos vigentes, proibir por
quatro meses despesas com
viagens e celulares, cortar em
30% os cargos em comissão e
considerar em situação de
emergência os serviços da área
de saúde, entre outras medidas.
Os decretos foram publicados ontem mesmo no "Diário
Oficial" do Estado e revelam o
grau de insatisfação do novo
governador com a herança deixada por sua companheira de
partido, o PMDB.
Em discurso no Palácio Guanabara, Cabral criticou o casal
de ex-governadores Rosinha e
Anthony Garotinho, já após a
saída deles. "Meu compromisso é governar, sem pensar um
minuto sequer em qualquer
projeto pessoal. Não vou governar pensando em eleição, jamais colocarei o projeto pessoal do governador acima do
projeto do Estado. Isso tem feito muito mal ao nosso Estado."
A equipe de Cabral planeja
baixar os valores da folha de pagamento, que, segundo Joaquim Levy, secretário de Fazenda, custa R$ 14 bilhões ao
ano, 38% do Orçamento. Reservadamente, a equipe do novo
governador suspeita de que haja fraudes nos pagamentos ao
funcionalismo.
O decreto 40.491 estipula
que uma força-tarefa terá a incumbência de examinar contratos e convênios. Trata-se na
prática da revisão e auditoria de
contratos dos antecessores.
"Hoje o Estado não conhece
em conjunto os documentos
em vigor", explicou o secretário
de Planejamento, Sérgio Rui
Barbosa. A quatro dias da posse, Cabral revelara que a transição se marcara pela falta de informações recebidas.
Por 120 dias, os órgãos do Estado estão proibidos de gastar
com diárias, hospedagens, passagens aéreas, bolsas de estudo,
celulares novos e repasses a
municípios e ao setor privado,
com exceção das transferências
"constitucionais e legais".
O decreto 40.496 declara a
área de saúde em estado de
emergência por três meses, ficando a Secretaria de Saúde autorizada a efetuar contratos
"em caráter excepcional" e
temporário.
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