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ACM rompe protocolo e arranca aplausos
da Sucursal de Brasília
Com um discurso de cinco minutos, o presidente do Senado e do
Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), roubou a festa da
posse do presidente Fernando
Henrique Cardoso, arrancando
aplausos do plenário.
Diferentemente do tom monocórdio de FHC, o presidente do
Congresso e do Senado dava ênfase ao usar palavras como "povo" e
"coragem".
Um dos pontos altos da fala de
ACM foi quando o senador disse a
FHC que o Congresso ajudará o
governo a enfrentar a atual crise
econômica.
Nas anotações que o senador
preparou para seu discurso, isso
aparece em três frases:
"Quero afirmar a V.Exa. que todos, de todos os partidos se encontrarão com V.Exa. onde estiver o
interesse nacional. O povo lhe conferiu um novo mandato e, atentos
à vontade do povo, nós que somos
seus legítimos representantes ajudaremos, como espera a Nação, o
seu governo. O Congresso Nacional não lhe faltou no mandato que
se findou e não faltará no que hoje
se inicia".
Não estava previsto o discurso de
ACM. Segundo sua assessoria, o
senador teria avisado FHC previamente de que falaria antes de encerrar a cerimônia.
No roteiro oficial da cerimônia
de posse, constava que ACM encerraria a sessão com um breve
pronunciamento. O presidente do
Senado e do Congresso, se seguisse
o que ocorreu há quatro anos, apenas agradeceria a FHC e ao vice-presidente, Marco Maciel.
ACM falou de improviso, das
17h31 às 17h36, e extrapolou os
simples agradecimentos protocolares. Seguiu uma sequência de sete pontos que trouxe anotados em
duas folhas. O senador elevou várias vezes o tom de voz, gesticulou
os braços e tentou imprimir um
tom emocionado e popular ao seu
discurso.
Sobre a atual instabilidade na
economia internacional que influencia o Brasil, ACM disse que isso "perturba", mas não "intimida". Em seguida, disse uma frase
de efeito:
"Quem não tem força e coragem
para enfrentar a adversidade, não
merece o dom da vida".
A frase de ACM foi comentada
com ironia pelo deputado José Genoino (PT-SP). "O ACM tentou fazer as correções com uma dose de
emoção no discurso do presidente
Fernando Henrique. E mandou algumas indiretas, como essa história de coragem e dom da vida", disse o petista.
O discurso de ACM também foi
defendido pelo líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE).
"Achei o discurso belíssimo. Como médico, entendo da psicologia
humana e posso dizer que o presidente da República também gostou muito."
(EC e FR)
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