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SÃO PAULO
Ao assumir interinamente o governo, tucano prevê um ano "difícil" e defende taxas de juros menores
Pode haver mais demissões, diz Alckmin
da Reportagem Local
Ao tomar posse ontem como
vice-governador e assumir
interinamente o
governo de São
Paulo, o tucano
Geraldo Alckmin defendeu a redução das taxas
de juros, admitiu que 1999 será um
ano "difícil" devido à crise econômica e não descartou a possibilidade de o Estado demitir mais funcionários públicos.
"É evidente que é um ano difícil.
Mas tem de ser também um ano de
iniciativas e de criatividade", disse
Alckmin. "Esperamos que as dificuldades sejam passageiras. As taxas de juros não podem permanecer definitivamente nesse patamar. É importante a implementação das reformas o mais rápido
possível para que as taxas sejam reduzidas e o crescimento, retomado", completou.
Segundo Alckmin, São Paulo é o
Estado que mais sofre com os juros
altos por depender muito da receita de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
A taxa básica de juros está hoje em
29% ao ano.
Em 1998, São Paulo sofreu uma
queda de arrecadação de cerca de
3,5% em relação a 97, o que significou uma perda de R$ 650 milhões,
segundo a Secretaria da Fazenda.
Alckmin afirmou que, apesar de o
Estado já ter feito seu ajuste fiscal e
estar com 160 mil funcionários públicos a menos do que há quatro
anos, será necessário fazer outro
"pequeno ajuste".
"O governo já fez uma redução
grande do número de funcionários. Mas é preciso haver uma pequena redução, porque o Estado
gasta 64% de sua receita líquida
com pessoal . A demissão de funcionários não é a nossa prioridade
número um. Vamos tentar reduzir
custeio", afirmou.
Alckmin assumiu interinamente
o comando do Estado porque o governador reeleito, Mário Covas
(PSDB), está se recuperando de
uma cirurgia para a retirada de um
tumor maligno na bexiga.
Covas deve reassumir o governo
entre 10 e 15 dias, segundo sua assessoria de imprensa.
Ontem, o vice-governador evitou dizer precisamente qual será a
data do retorno de Covas. "O retorno do governador é uma questão de dias, mas essa é uma decisão
que cabe a ele e aos médicos."
Covas deve se dedicar à formação de seu secretariado durante o
mês de janeiro. Os atuais secretários continuam nos seus cargos até
que ele defina a nova equipe. A cerimônia de posse foi feita na Assembléia Legislativa e durou cerca
de uma hora. O discurso de Alckmin foi uma homenagem a Covas.
A mulher do governador, Lila, e
seus filhos, Mário Covas Neto e Renata, participaram da solenidade.
Depois da cerimônia, o vice passou
em revista as tropas da Polícia Militar e concedeu entrevista.
Em vários momentos, Alckmin
destacou que a prioridade do segundo mandato de Covas será a
área social. Ele citou como medida
que se encaixa no perfil do novo
governo a que reduz a carga tributária das pequenas empresas.
Essa medida entrou em vigor ontem. De acordo com Alckmin, ela
vai beneficiar cerca de 640 mil contribuintes, reduzindo a alíquota de
ICMS de 18% para 2,5% (no caso
das empresas com faturamento
anual entre R$ 120 mil e R$ 720
mil) e para 1% (empresas que faturam de R$ 83 mil a R$ 120 mil).
Na sua opinião, os problemas na
segurança pública, a área mais criticada do governo Covas, devem
ser resolvidos, em parte, no segundo mandato. "Agora é que o maior
número de presos está sendo
transferido para as penitenciárias.
Com isso, o problema da superlotação em cadeias e distritos policiais deve ser minimizado".
(PATRÍCIA ANDRADE)
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