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INVESTIGAÇÃO
Dono do Marka e presidente do FonteCindam devem ser indiciados ao lado do ex-chefe do BC
PF quer novo indiciamento de Lopes
da Sucursal do Rio
A Polícia Federal começou ontem o indiciamento dos envolvidos na ajuda que o Banco Central
deu, durante a crise cambial de janeiro de 99, aos bancos Marka e
FonteCindam. Deve ser indiciado
o então presidente do BC, Francisco Lopes.
Ontem, A PF indiciou economista Rubem Novaes sob acusação de tráfico de influência.
Após a desvalorização do real,
Novaes acompanhou Salvatore
Cacciola, dono do Marka, em
uma viagem a Brasília na qual o
banqueiro foi pedir ajuda ao BC.
Também participou da viagem
o economista Luís Bragança, ex-sócio de Lopes na empresa de
consultoria Macrométrica.
Ontem, ao deixar a Superintendência da PF no Rio, Novaes disse
que viajou a Brasília a pedido de
Cacciola. "Eu estava atendendo
ao apelo de um amigo que conheço há mais de 35 anos, que estava
passando por um momento de
crise. Fiz o que qualquer cidadão
de bem faria", afirmou.
Ele disse que não teve "nenhuma ingerência nas negociações do
Marka com o BC". "Não faço parte do círculo de relacionamentos
de Francisco Lopes", afirmou.
A PF pretende indiciar até amanhã outras quatro pessoas que estão sendo investigadas no caso
Marka, inclusive Lopes.
De acordo com o delegado federal responsável pelo caso, Luís
Pontel, Lopes deverá ser indiciado sob acusação de peculato -
utilização de dinheiro público em
proveito próprio ou alheio.
O provável indiciamento se baseia no fato de que Pontel considera insuficiente o argumento do
BC de que a venda de dólares com
cotação baixa aos dois bancos teve como objetivo evitar uma crise
do mercado financeiro.
A Folha entrou em contato com
o advogado de Lopes, Luís Guilherme Vieira, para que ele comentasse o assunto. Não obteve
resposta até a conclusão desta
edição.
Lopes foi indiciado pela PF em
janeiro, acusado de evasão de divisas, em inquérito decorrente do
caso Marka, que apura envio de
US$ 1,67 milhão para o exterior.
Além de Lopes, a PF deverá indiciar Luís Bragança sob acusação
de tráfico de influência. Na avaliação dos investigadores do caso,
ele teria se valido de sua proximidade com o então presidente do
BC para obter a ajuda ao Marka.
Os outros prováveis indiciados
são Salvatore Cacciola, dono do
Marka, e o presidente FonteCindam, Luís Antônio Gonçalves,
sob acusação de gestão temerária.
O advogado de Cacciola, José
Carlos Fragoso, disse que considera "estranha" a acusação. Segundo ele, o banco Marka sempre
operou dentro dos limites permitidos pela Bolsa de Mercadorias
& Futuros e pelo BC. Gonçalves
não foi localizado ontem.
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