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FUNAI
Indigenista, que foi demitido por fax na semana passada, conversa com FHC, que lamenta o episódio
FHC oferece novo cargo para Villas Bôas
AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília
Dias depois de ser demitido por
fax da Funai (Fundação Nacional
do Índio), o sertanista Orlando
Villas Bôas, 86, recebeu duas novas propostas de trabalho do governo federal e um telefonema do
presidente Fernando Henrique
Cardoso para lamentar o episódio.
Na conversa, FHC e Villas Bôas
acertaram a participação do sertanista em um novo conselho indigenista a ser criado pelo Ministério da Justiça.
"O presidente lamentou qualquer mal-entendido burocrático
que possa ter havido", disse ontem o porta-voz da Presidência,
Georges Lamazière.
Internet
Villas Bôas também foi convidado pelo secretário de Comunicação de governo, Andrea Matarazzo, para participar da programação da secretaria para a comemoração dos 500 anos do Brasil.
Segundo a secretaria de Comunicação, Villas Bôas elaboraria o
conteúdo de um site na Internet
sobre cultura indígena e participaria de debates em escolas, entre
outras atividades.
De acordo com assessoria de
imprensa de Matarazzo, o sertanista ficou animado com a idéia e
virá a Brasília nesta semana para
conversar com o secretário. Não
está certo o cargo que ele ocuparia, nem o valor e a forma da remuneração.
Na semana passada, Villas Bôas,
que dedicou a vida à causa indígena, foi demitido por fax do cargo
de confiança que ocupava na Funai. Isso porque, segundo o Ministério da Justiça, o sertanista já
tinha uma pensão vitalícia do governo e não poderia acumular outra remuneração.
O sertanista reagiu e criticou a
forma pela qual foi afastado. Lamazière disse que FHC teve uma
boa conversa com o sertanista e
ficou contente, pois não há mais
problemas.
Nota
Ontem, o Ministério da Justiça
também divulgou uma nota para
esclarecer o tema. Segundo a
mensagem, a Funai enviou uma
carta e um fax a Villas Bôas explicando a incompatibilidade das
duas remunerações e a necessidade da exoneração. O órgão não teria obtido resposta.
"Não há nenhum desrespeito
por parte do Estado brasileiro e da
Funai ao trabalho do indigenista,
nem mesmo na forma como foi
encaminhada a decisão", diz a nota.
O conselho indigenista do ministério, que contará com a participação de Villas Bôas, vai ter a
participação de representantes de
outros órgãos do governo, como
o Ministério da Saúde, e vai tentar
dar um tratamento regional aos
problemas.
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