São Paulo, Quarta-feira, 02 de Fevereiro de 2000


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FUNAI
Indigenista, que foi demitido por fax na semana passada, conversa com FHC, que lamenta o episódio
FHC oferece novo cargo para Villas Bôas

AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília

Dias depois de ser demitido por fax da Funai (Fundação Nacional do Índio), o sertanista Orlando Villas Bôas, 86, recebeu duas novas propostas de trabalho do governo federal e um telefonema do presidente Fernando Henrique Cardoso para lamentar o episódio.
Na conversa, FHC e Villas Bôas acertaram a participação do sertanista em um novo conselho indigenista a ser criado pelo Ministério da Justiça.
"O presidente lamentou qualquer mal-entendido burocrático que possa ter havido", disse ontem o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière.

Internet
Villas Bôas também foi convidado pelo secretário de Comunicação de governo, Andrea Matarazzo, para participar da programação da secretaria para a comemoração dos 500 anos do Brasil.
Segundo a secretaria de Comunicação, Villas Bôas elaboraria o conteúdo de um site na Internet sobre cultura indígena e participaria de debates em escolas, entre outras atividades.
De acordo com assessoria de imprensa de Matarazzo, o sertanista ficou animado com a idéia e virá a Brasília nesta semana para conversar com o secretário. Não está certo o cargo que ele ocuparia, nem o valor e a forma da remuneração.
Na semana passada, Villas Bôas, que dedicou a vida à causa indígena, foi demitido por fax do cargo de confiança que ocupava na Funai. Isso porque, segundo o Ministério da Justiça, o sertanista já tinha uma pensão vitalícia do governo e não poderia acumular outra remuneração.
O sertanista reagiu e criticou a forma pela qual foi afastado. Lamazière disse que FHC teve uma boa conversa com o sertanista e ficou contente, pois não há mais problemas.

Nota
Ontem, o Ministério da Justiça também divulgou uma nota para esclarecer o tema. Segundo a mensagem, a Funai enviou uma carta e um fax a Villas Bôas explicando a incompatibilidade das duas remunerações e a necessidade da exoneração. O órgão não teria obtido resposta.
"Não há nenhum desrespeito por parte do Estado brasileiro e da Funai ao trabalho do indigenista, nem mesmo na forma como foi encaminhada a decisão", diz a nota.
O conselho indigenista do ministério, que contará com a participação de Villas Bôas, vai ter a participação de representantes de outros órgãos do governo, como o Ministério da Saúde, e vai tentar dar um tratamento regional aos problemas.


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