São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003 |
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PAINEL A volta dos que não foram A volta do PMDB ao governo é só uma questão de tempo. O partido terá pelo menos um ministério na gestão Lula após o que está sendo chamado no Congresso de "quarentena" -tempo necessário para não parecer que o apoio da sigla ao governo foi "fisiológico". Reino das aparências O prazo máximo previsto no Planalto para a entrada do PMDB no ministério é o final do primeiro semestre, quando já deve estar tramitando a reforma previdenciária. A Executiva do PMDB e o Conselho do partido serão convocados para formalizar a decisão de assumir cargos. Posição minoritária Michel Temer, atual presidente do PMDB, diz ser contrário à entrada da sigla no governo. "Defendo o apoio às teses do governo no Congresso, mas sem cargos", diz. A ala lulista do partido e grande parte do setor que apoiou Serra na eleição, porém, querem integrar o ministério. Novo no ninho Terminada a solenidade do Fome Zero, Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) distraiu-se em bate-papo com Ziraldo, enquanto os ministros seguiam para conversa com Lula. Minutos depois, pedia informações sobre o local da reunião: "Estou perdido. Ainda não conheço bem o Palácio". Linha curta Funciona na Superintendência do Incra do Paraná um método pouco ortodoxo de economia de gastos: conversa ao telefone de mais de três minutos é interrompida bruscamente com queda da linha. E o chefe tem regalia: no caso dele, a linha só cai após cinco minutos. Até o fim O senador Eduardo Suplicy (PT) pediu apoio do Planalto para a tramitação do seu projeto de renda básica na Câmara dos Deputados. Cópia do texto do petista foi entregue a Luiz Dulci (Secretaria Geral de Lula). Além-túmulo Advogados estão se divertindo com a redação do artigo 561 do novo Código Civil. O texto da seção que trata de doação de bens diz que "no caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos herdeiros, exceto se aquele houver perdoado". A questão é: Como um morto pode perdoar quem quer que seja? Queda-de-braço Especialistas em drogas e militares estão numa disputa sobre o destino da Secretaria Nacional Antidrogas. O grupo liderado pelo médico Fábio Mesquita pediu a Márcio Thomaz Bastos (Justiça) que retire a Senad do Gabinete de Segurança Institucional. Diferença conceitual Militares querem que o general e atual diretor da Senad, Paulo Uchôa, permaneça no cargo. "O que está por trás é a discussão sobre se o governo Lula terá uma política inovadora ou uma política conservadora sobre o tema das drogas", afirma o médico Fábio Mesquita. Melhor que a encomenda Petistas passaram os últimos dias ironizando João Paulo em razão dos cartazes de sua campanha à presidência da Câmara, que tomaram os corredores da Casa. A pergunta que o deputado mais ouviu foi qual o nome do mágico que fez a sua foto. Criatividade em baixa A deputada tucana Yeda Crusius diz que João Paulo apropriou-se do slogan que ela usou na campanha de 94: "A mudança somos nós". Na disputa pela presidência da Câmara, João Paulo adotou algo parecido: "Somos todos a mudança". De mala e cuia O Planejamento prepara um remanejamento nos prédios da Esplanada. Um só prédio abriga as pastas do Esporte, do Turismo, das Cidades e da Assistência Social, além da Secretaria de Comunicação. Enquanto isso, a Defesa ocupa quatro edifícios. TIROTEIO Do senador Jefferson Peres (PDT), sobre o governo Lula: -Ainda é cedo para fazer avaliações, continuo esperançoso, mas estou preocupado com as concessões que o governo começa a fazer aos partidos, inclusive aos que não apoiaram Lula na eleição e deveriam permanecer na oposição. CONTRAPONTO Um dia depois do outro
Amigo do presidente eleito
desde os tempos em que organizavam greves no ABC, o ex-dirigente sindical e agora deputado
federal Devanir Ribeiro estava
emocionado na festa da vitória
de Lula, no dia 27 de outubro do
ano passado. |
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