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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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INVESTIGAÇÃO

Retirada foi no dia 9

Silveirinha fez saque de R$ 220 mil no Rio

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

Suspeito de comandar o grupo de fiscais de renda do Rio e auditores fiscais que teriam enviado ilegalmente US$ 36 milhões a contas na Suíça, o ex-subsecretário de Administração Tributária Rodrigo Silveirinha Corrêa sacou R$ 220 mil de uma de suas contas um dia antes do suposto esquema de corrupção vir a público.
O dinheiro estava aplicado num fundo de renda fixa, do Unibanco, segundo extrato obtido pelo deputado estadual Carlos Minc (PT). De acordo com Minc, o extrato faz parte da documentação entre pelo advogado de Silveirinha, Clóvis Sahione, ao delegado Alessandro Thiers, da Draco (Delegacia de Repressão a Ações Criminosas e Inquéritos Especiais).
No dia 9 de janeiro, Silveirinha resgatou da aplicação R$ 241.624,52 e sacou R$ 220 mil. Ele manteve na conta R$ 22.776,71.
Segundo o Minc, o documento reforça o pedido de prisão preventiva dos suspeitos que CPI deverá fazer assim que for instalada: "Esse saque significa que ele [Silveirinha] tem bala na agulha e motivos suficientes para fugir do país. Resta saber se nós vamos deixar isso acontecer debaixo de nossas barbas, como foi com o PC Farias e o [Salvatore] Cacciola".
O deputado disse que há um acordo entre os integrantes da comissão para pedir a prisão preventiva dos envolvidos. O acordo foi confirmado pelo futuro presidente da CPI, Paulo Melo (PMDB). "O fato concreto é que ele [Silveirinha" é uma pessoa potencialmente perigosa no aliciamento de testemunhas. Vamos pedir a prisão preventiva baseado no amplo direito de liberdade das investigações." O advogado de Silveirinha não foi encontrado em sua casa, ontem à tarde, para comentar a divulgação do extrato.
A comissão que irá apurar o esquema de corrupção supostamente comandado por Silveirinha será aprovada amanhã, mas só começa a trabalhar na quarta.
Ontem à tarde, os novos deputados estaduais tomaram posse. Seis deputados ligados à Igreja Universal usaram uma tarja preta no braço em luto pela morte do deputado Valdeci Paiva (PSL), assassinado na última sexta-feira.
O suplente Marcos Abraão (PSL), tomou posse e disse ser a favor da instalação de uma CPI sobre o caso: "Estou triste por um lado e feliz por outro. Lamento muito o que houve, mas é uma coisa que a gente não pode fazer nada", disse. Os novos deputados assumem o mandato com o desafio de apurar um escândalo que pode atingir Anthony Garotinho.



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