São Paulo, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Caiu de Minas
O PT comemora a volta ao noticiário da suposta lista da "caixinha" de Furnas com nomes de tucanos e pefelistas. Usa a convocação do ex-diretor da estatal Dimas Toledo como antídoto à possibilidade de Duda Mendonça voltar à CPI dos Correios.

Plano B
Se o "fator Dimas" falhar na estratégia de afastar de vez Duda da CPI, os governistas vão tentar ganhar tempo hoje com a tese de que será preciso esperar a volta de Osmar Serraglio (PMDB-PR) para votar sua reconvocação. O relator está em Nova York.

Cartas na mão
A oposição usará os depoimentos de Paulo de Tarso Venceslau e de Rogério Buratti à CPI dos Bingos, apontando supostas ligações de Paulo Okamotto com o jogo, para embasar o novo requerimento de quebra de sigilo do amigo de Lula.

Bola de cristal
Líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP) dá o caminho das pedras sobre onde deve terminar a CPI dos Bingos: "Quem se sentir prejudicado pelo foco [da CPI], pode entrar na Justiça, que vai ganhar."

Novo terreiro
Afastado das rinhas de galo desde o episódio de sua prisão, no Rio, em 2004, Duda Mendonça se dedica a outro hobby. No fim de semana, participou, ao lado de um dos filhos, de uma vaquejada no interior da Bahia.

Outro lado
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) diz que não quis ir a Nova York com a missão da CPI. "Não gosto de atuar como delegado". Ele sugeriu a Delcídio Amaral (PT-MS) mandar o colega César Borges (BA), para evitar que a exclusão do PFL pudesse gerar crise na CPI.

A seu dispor
Absolvido da cassação, o líder do PL, Sandro Mabel (GO), tem trabalhado diariamente para salvar coleguinhas no plenário.

Infantaria
Sérgio Kobayashi, homem da máquina partidária tucana, deixou a recém extinta Secretaria de Comunicação do prefeito José Serra com uma determinação: organizar, desde já, a logística da campanha do partido à Presidência da República.

Falando francamente
De um governista do PMDB sobre as chances de o partido lançar candidato à Presidência: "Se Lula subir mais um pouco nas pesquisas, você terá de sair de casa em casa atrás de quem queira ser candidato no PMDB".

Colete salva-vidas 1
O "potencial de crescimento" não pára de socorrer tucanos. Segundo recente levantamento, Paulo Renato lidera a corrida pelo Bandeirantes quando seu currículo é apresentado aos entrevistados, junto do apoio de Alckmin e Serra -34% contra 21% de Marta Suplicy (PT).

Colete salva-vidas 2
No outro cenário com currículo da pesquisa, feita pelo Ibope a pedido de tucanos, José Anibal (PSDB) tem 31%; Marta, 21%. Na estimulada, o vereador chega a 7%. Já o ex-ministro, só a 4%. Quércia (PMDB), Marta e Mercadante (PT) lideram em empate técnico entre 27% e 21%.

Laço na mão
Marta acha que leva a candidatura ao governo contra Mercadante se 40% dos filiados do PT na capital votarem na prévia. Como na eleição interna do PT o quórum em São Paulo não chegou a 30%, ela vai agora intensificar o corpo a corpo.

Relações públicas
Porta-voz da Presidência, André Singer chega hoje a Nova York. Será recebido por Bill Keller, editor-executivo do "The New York Times". Amanhã, a convite das Nações Unidas, fala sobre governabilidade e democracia na América Latina.

TIROTEIO

Do líder do PT na Assembléia paulista, Renato Simões, sobre os elogios a Geraldo Alckmin e José Serra feitos pelo novo presidente do Tribunal de Contas do Estado, Robson Marinho:
-A sessão de posse de Marinho foi um palanque eleitoral do PSDB. Agora, espero que ele cultive menos seu DNA tucano e mais sua independência ao julgar as contas do governo.

CONTRAPONTO

Lição antiga

Com Lula disposto a utilizar o pagamento da dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na campanha pela reeleição, "brizolistas" do Congresso relembram uma história do antigo líder para explicar o potencial eleitoral da medida.
Em 1986, Leonel Brizola, morto em 2004, convocou a cúpula de seu PDT para discutir o ataque ao Plano Cruzado, lançado pelo então presidente José Sarney (PMDB-AP).
Primeiro, fez longo discurso. Em seguida, ouviu opiniões. Ao final delas, decretou:
-Vamos para as ruas atacar esse plano do FMI!
Um dos presentes, observou:
-Governador, nos desculpe, mas o FMI está fora pelo menos no caso desse plano.
-Meu filho, preste a atenção: para o povo, tudo que é ruim neste país tem ligação com o FMI. Portanto, é coisa do FMI!-, disse Brizola.


Próximo Texto: Alckmin reavalia decisão de renunciar a qualquer custo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.