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PT paulista triunfa; PSDB sai arranhado
Ala "de raiz" do partido volta a ter figura importante na interlocução com Lula; PMDB também acaba bem na disputa
Vistos como responsáveis pela vitória de petista sobre Aldo e questionados por não terem alavancado Agripino, tucanos expõem seu racha
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O maior vencedor das disputas internas na Câmara e no Senado é o PT, sobretudo a seção
paulista da sigla. Relegada a um
quase ostracismo na crise do
mensalão, a agremiação deu a
volta por cima. Enquanto analistas falavam numa bancada
petista de apenas 40 a 50 deputados, eles saíram da eleição
com 83 cadeiras na Câmara.
Acusado de não fazer acordos
e alianças, o PT montou o
maior grupo partidário para
apoiar Arlindo Chinaglia.
Mas faltava ao partido algum
protagonismo no plano federal.
O chamado "PT de raiz", o grupo paulista que levou a sigla nas
costas por mais de duas décadas, estava quase sem chances
de receber algum ministério
importante de Lula.
Com a eleição de Chinaglia, o
núcleo volta a ter alguém capaz
de vocalizar os seus pleitos. O
mais notório desses personagens é José Dirceu, que teve o
mandato de deputado cassado
em 2005. Ele apresentará projeto popular para tentar uma
anistia. Conta com o beneplácito de Chinaglia na tramitação.
Também saem vitoriosos o
PMDB, maior partido do Casa e
que apostou em canoas vencedoras, e outras siglas pró-Chinaglia -a chamada trinca mensaleira: PTB, PR e PP.
No Senado, venceu Renan
Calheiros (PMDB-AL) por larga margem. Na Câmara, o
PMDB deu lastro a Chinaglia. O
partido agora espera recompensas na forma de cargos federais relevantes.
O presidente Lula começou
mal e terminou bem. Apoiava
Aldo Rebelo (PC do B-SP). Notou resistências. Retirou-se publicamente da disputa. Nos
bastidores, aquiesceu diante da
oferta de recompensas aos
apoiadores de Chinaglia.
Derrotado na eleição, Aldo
afirmou, ao final da votação,
que não teve nem pediu apoio
do governo e que sai da disputa
sem guardar mágoas. "Quem
guarda mágoa não é feliz e vive
pouco", disse o deputado, que
ressaltou: "A base do governo é
problema do governo."
"Quem teve a votação que tive não pode dizer que se sentiu
abandonado", disse Aldo. Ele
contou que, após a votação, recebeu um telefonema de Lula.
Entre os partidos, o PSDB
saiu arranhado das disputas.
No Senado, suspeita-se de que
os tucanos foram responsáveis
pela votação minguada em José
Agripino (PFL-RN), que teve
menos votos (28) do que o número de tucanos e pefelistas
(30). Na Câmara, o PSDB ficou
com fama de ter dado a Chinaglia os votos que precisava para
vencer no segundo turno.
Em suma, os tucanos são de
oposição, ajudaram o governo e
saíram rachados.
Defensor da unidade do
PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu com
a autoridade fragilizada, já que
a sigla não deu bola para ele.
Entre os tucanos, a ressalva
fica com os governadores José
Serra (SP) e Aécio Neves (Minas). Traçaram uma estratégia
e conseguiram empreendê-la
com sucesso. Em público, defenderam a candidatura a presidente da Câmara de Gustavo
Fruet (PSDB-PR). Honraram a
palavra. A votação do tucano
(98 votos) no primeiro turno
superou em muito os 64 deputados federais da sigla.
No segundo turno, seguidores de Serra e Aécio descarregaram seus votos em Chinaglia e
foram fundamentais. Serra e
Aécio cimentaram acordos de
bastidores com vários dirigentes petistas. Essa relação de
confiança poderá ser útil a ambos, que sonham em ser candidatos a presidente em 2010.
O PFL, a outra sigla de oposição, também saiu esfacelada.
Foi humilhada no Senado. Na
Câmara, apoiou um comunista.
Nada deu certo. Como se não
bastasse, os pefelistas se digladiam para escolher os novos líderes do partido.
Por fim, outro personagem
pouco venturoso foi o o agora
deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Deu entrevistas pregando
o caos. Apostou tudo em Aldo.
Colecionou novos antagonismos no PT. Queimou assim um
pouco do patrimônio que tenta
construir para ser candidato a
presidente apoiado por Lula e
pelo PT nas eleições de 2010.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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