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Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
Jogo de empurra
Na queda-de-braço entre ministros sobre o desmatamento, Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Marina Silva (Meio Ambiente) deram as mãos e
prepararam estudo para tentar evitar que cole o discurso segundo o qual a derrubada da floresta é culpa
dos assentamentos rurais. A dupla avalia que, na volta
do Congresso, o lobby da robusta bancada ruralista
será forte. Com exceção do Pará, os dados mostram
que os índices de preservação nos lotes variam entre
85% e 95% -a lei permite até 20% de desmate.
A estratégia de empurrar a responsabilidade à agropecuária inclui também o discurso de que eventuais
cortes no Pronaf despertariam a fúria de movimentos
sociais, que não têm dado trabalho a Lula.
Enxada. Cassel alfineta os
defensores do agronegócio:
"Desafio qualquer um a olhar
o polígono do desmatamento
e achar um assentamento ali.
Incomoda essa mistificação".
Trator. "Mais de 70% das
terras nas regiões de desmatamento são da União, maior
latifundiária da Amazônia",
afirma Kátia Abreu (DEM-TO), da bancada ruralista.
Precaução. A queda da ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) por uso indevido
do cartão corporativo gerou
pânico na Esplanada. Ministros que têm o cartão mobilizaram seus assessores, que fizeram um pente-fino nos gastos e atestaram à imprensa
que não houve uso nas férias.
A domicílio. Na lista de
gastos do cartão do ministro
Altemir Gregolin (Pesca) aparece pagamento de R$ 49,51
de um disque-pizza em Belém
(PA), em outubro de 2006.
Espeto. Já o cartão do ministro do Esporte, Orlando
Silva, mostra sua predileção
por carne. Por onde passou,
optou por uma churrascaria.
Estão lista o Porcão do Rio,
onde deixou R$ 400 em 2006,
o El Fuego de Porto Alegre, e o
Boi Preto em São Paulo, onde
seu almoço custou R$ 200.
Rede. Do deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP), artífice
da CPI dos cartões corporativos: "A renúncia da ministra
não invalida a CPI. A intenção
é pegar os "agentes turistas",
que não são só ministros".
O homem. Em seu depoimento ontem no caso do
mensalão, Marcos Valério
confirmou que quem agendava reuniões para ele na Casa
Civil era Delúbio Soares. Ao
negar que José Dirceu soubesse dos empréstimos para o
PT, disse que a anuência do
ex-ministro era "irrelevante".
Nem aí. Enquete no site do
PT mostra que é baixa a preocupação com o caixa do partido, cuja dívida estourou pós-gestão de Delúbio Soares. A
reestruturação das finanças é
a última em lista de seis prioridades da sigla para 2008.
Prévia. Já ganha ares de racha a disputa interna das correntes petistas pelos postos
da Executiva do partido. Os
dirigentes precisaram marcar
uma reunião na véspera do
Diretório Nacional, agendado
para 9 e 10 de fevereiro, a fim
de evitar que o encontro se resuma a um debate por cargos.
Global. De volta do Iraque, o
senador Eduardo Suplicy
acertou com o presidente José Ramos Horta sua ida, no final de março, ao Congresso do
Timor-Leste, onde fará palestra aos parlamentares sobre
renda básica de cidadania.
Enrosco. Diretor do Cade,
Eric Jasper enviou ao TCE
paulista documentos apontando novas irregularidades
no contrato entre a Nossa
Caixa e a CBSS Visa Vale, no
qual conselheiros já haviam
detectado problemas. Promotores também apuram o caso.
Fezinha. O site britânico
Sportingbet.com disponibilizou serviço para que brasileiros façam apostas na corrida
presidencial nos EUA. A vitória do partido Democrata paga R$ 1,45 por real apostado. A
do Republicano, R$ 2,60.
Tiroteio
"O problema do PMDB é que tem cargos
demais. Quando se tem pouco, como no
nosso caso, as brigas são menores."
Do líder do PR na Câmara, LUCIANO CASTRO (RR), sobre os desentendimentos entre peemedebistas para a indicação de cargos no governo.
Contraponto
Não dá samba
No dia 5 de dezembro do ano passado, as centrais sindicais fizeram uma marcha em Brasília a fim de pedir a redução da jornada e mais empregos.
O presidente da CUT, Arthur Henrique, aproveitou a
cerimônia com Lula, realizada logo após a manifestação,
para entregar ao presidente um kit da Vila Isabel, escola
de samba do Rio de Janeiro que vai homenagear os trabalhadores no desfile deste ano.
Lula até pegou o material, olhou, mas logo repassou o
kit para um assessor:
-Agradeço a lembrança e aprecio muito o tema, mas
quero avisar que sou Portela desde pequenininho!
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