DA SUCURSAL DO RIO

Apresentado ao governo do Distrito Federal no dia 9 de janeiro, o projeto da praça da Soberania prevê a construção, no canteiro central do Eixo Monumental de Brasília, de um complexo formado por estacionamento, um memorial aos presidentes e um monumento cuja altura é de cerca de 100 metros.
Pensada como uma homenagem ao cinquentenário de Brasília, a praça acabou virando alvo de polêmica. O superintendente do Iphan no Distrito Federal, Alfredo Gaspal, considerou o projeto ilegal por ferir as regras de tombamento da cidade.
Brasília foi tombada pelo governo distrital em 1987 e pelo governo federal em 1994. Os dois decretos vetam construções no canteiro central do Eixo Monumental.
A filha do urbanista Lúcio Costa, responsável pelo Plano Piloto da cidade, também se manifestou contra a proposta do arquiteto. Para Maria Elisa Costa, a praça altera a visão da rodoviária, descaracterizando o projeto urbanístico de seu pai, além de colocar em risco as regras que protegem o patrimônio da cidade.
O Ministério Público do Distrito Federal decidiu instaurar um inquérito civil público para investigar a legalidade da obra.
Com a polêmica, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que havia recebido o projeto com entusiasmo, decidiu esperar a evolução da discussão para decidir o que fazer. A obra, cujo custo não foi calculado, não está prevista no orçamento deste ano.


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