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SOMBRA NO PLANALTO
PMDB joga tarefa de esvaziar comissão para senadores do PT, que tem 7 das 33 assinaturas a favor da abertura da comissão
Petistas recuam e ensaiam abandonar CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Senadores petistas não estão
mais convictos a respeito da necessidade da CPI dos bingos e já
admitem retirar suas assinaturas
do requerimento de instalação da
comissão que desagradou o governo. O PMDB, principal aliado
na Casa, jogou a tarefa de esvaziar
a CPI para o PT.
A CPI dos bingos foi pedida pelo líder do PL, senador Magno
Malta (ES), que recolheu 33 assinaturas para sua criação, seis a
mais do que o necessário. Dessas,
15 são da base aliada -sete do PT,
cinco do PMDB, duas do PSB e
uma do PL.
Os senadores petistas Sibá Machado e Tião Viana, ambos do
Acre, afirmaram que, se o partido
pedir, eles retiram as assinaturas
do requerimento. Também signatária, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirmou que a
CPI não tem mais sentido depois
que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva editou uma medida provisória proibindo a atividade dos
bingos e a exploração de máquinas caça-níqueis.
O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), disse que não
vai pedir que os senadores de seu
partido retirem o apoio à CPI.
"Ninguém me consultou para assinar, então como posso pedir
que retirem?", questionou Calheiros. Segundo ele, "o PT assinou,
então o PT que desfaça".
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), e o da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
acertaram no final de semana que
primeiro o governo tem que tentar retirar as assinaturas. Se essa
estratégia falhar, Sarney poderia
não aceitar o requerimento alegando que não há um fato concreto a ser investigado.
O senador Almeida Lima (PDT-SE) promete apresentar hoje no
Senado o que seria uma prova de
que o ministro José Dirceu (Casa
Civil) teria conhecimento de crimes praticados pelo seu ex-assessor Waldomiro Diniz.
"Esse documento, que um servidor fez chegar às minhas mãos,
é a prova cabal de tudo. Mostra
que Dirceu sabia [das supostas irregularidades praticadas por
Waldomiro] e que tomou atitudes contrárias à ética e à moral
pública", afirmou.
Produzido no âmbito de um órgão público, com papel timbrado
e carimbos oficiais, o documento,
de cerca de 15 páginas, teria sido
recebido pelo senador na sexta-feira anterior ao Carnaval.
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