São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2004

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SOMBRA NO PLANALTO

PMDB joga tarefa de esvaziar comissão para senadores do PT, que tem 7 das 33 assinaturas a favor da abertura da comissão

Petistas recuam e ensaiam abandonar CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Senadores petistas não estão mais convictos a respeito da necessidade da CPI dos bingos e já admitem retirar suas assinaturas do requerimento de instalação da comissão que desagradou o governo. O PMDB, principal aliado na Casa, jogou a tarefa de esvaziar a CPI para o PT.
A CPI dos bingos foi pedida pelo líder do PL, senador Magno Malta (ES), que recolheu 33 assinaturas para sua criação, seis a mais do que o necessário. Dessas, 15 são da base aliada -sete do PT, cinco do PMDB, duas do PSB e uma do PL.
Os senadores petistas Sibá Machado e Tião Viana, ambos do Acre, afirmaram que, se o partido pedir, eles retiram as assinaturas do requerimento. Também signatária, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) afirmou que a CPI não tem mais sentido depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória proibindo a atividade dos bingos e a exploração de máquinas caça-níqueis.
O líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), disse que não vai pedir que os senadores de seu partido retirem o apoio à CPI. "Ninguém me consultou para assinar, então como posso pedir que retirem?", questionou Calheiros. Segundo ele, "o PT assinou, então o PT que desfaça".
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), acertaram no final de semana que primeiro o governo tem que tentar retirar as assinaturas. Se essa estratégia falhar, Sarney poderia não aceitar o requerimento alegando que não há um fato concreto a ser investigado.
O senador Almeida Lima (PDT-SE) promete apresentar hoje no Senado o que seria uma prova de que o ministro José Dirceu (Casa Civil) teria conhecimento de crimes praticados pelo seu ex-assessor Waldomiro Diniz.
"Esse documento, que um servidor fez chegar às minhas mãos, é a prova cabal de tudo. Mostra que Dirceu sabia [das supostas irregularidades praticadas por Waldomiro] e que tomou atitudes contrárias à ética e à moral pública", afirmou.
Produzido no âmbito de um órgão público, com papel timbrado e carimbos oficiais, o documento, de cerca de 15 páginas, teria sido recebido pelo senador na sexta-feira anterior ao Carnaval.


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