São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

Próximo Texto | Índice

PAINEL

No forno
O governo anuncia nos próximos dias um pacote com medidas para combater o déficit da Previdência. Elas atacam desde problemas antigos, como a sonegação de contribuições, até fenômenos mais recentes, caso da explosão do auxílio-doença.

Sem oxigênio
Chegou aos ouvidos de Aldo Rebelo (PC do B) que o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, teria dado o seguinte recado a empresários paulistas: quem apoiar a permanência do ministro da Coordenação Política no cargo entrará automaticamente para a lista negra do partido.

Virou suco 1
Roberto Jefferson acha que Lula deveria dar outro ministério a Aldo Rebelo, livrando-o assim da artilharia petista. "O Zé Dirceu espremeu o Aldo como uma laranja e depois jogou o bagaço fora", resume o petebista.

Virou suco 2
Ainda Roberto Jefferson sobre o bagaço da laranja: "É também dessa forma que eu me sinto como deputado do PTB".

Universo paralelo
Gilberto Gil disse a assessores que os partidos deveriam parar com disputas de torcidas e "jogar como a seleção". O ministro foi além: "Lula tem de jogar junto com Fernando Henrique".

Discurso errado
Do tucano Jutahy Júnior, prevendo a derrota do superaumento dos deputados: "Severino tem de entender que essa pauta teve apenas 124 votos, no primeiro turno. Os demais votos que lhe deram a presidência da Câmara foram antigoverno".

Na retranca
A ordem do dia na Câmara passou a ser um poderoso instrumento de pressão sobre o governo. Medidas como a PEC paralela e a reforma tributária têm potencial de reduzir a arrecadação. A regra no PT é obstruir a pauta de votações.

Estadia prolongada
Pressionado por parlamentares e líderes de movimentos sociais, o governo deve manter o Exército no Pará até o final do ano, especialmente na área do assassinato de Dorothy Stang. Seria uma tentativa de minimizar o desgaste pelo corte de 50% na verba para a reforma agrária.

Pegando onda
Com base em requerimento de Rafael Guerra (PSDB-MG), a oposição se articula na Câmara para criar uma comissão especial e investigar a morte de índios no Centro-Oeste. Suspeita de omissão da Funasa e planeja pôr mais óleo na fervura do ministro Humberto Costa (Saúde).

Tricô urbano
Depois de assistir à posse do presidente uruguaio, Tabaré Vazquez, José Serra conversou por quase uma hora com os colegas Aníbal Ibarra, prefeito de Buenos Aires, e Adolfo Pérez Piera, de Montevidéu.

Gaviões da revolução
Em recente passagem por Cuba, Mauro Marcelo, diretor-geral da Abin, não conseguiu ser recebido por Fidel Castro, mas deixou como presente para o ditador uma camiseta personalizada do Corinthians.

Visitas à Folha
Regis Fernandes de Oliveira, professor titular de direito financeiro da USP, ex-vice-prefeito de São Paulo, ex-secretário municipal de Educação e ex-corregedor-geral do município, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Rogério de Menezes Corigliano, advogado.
 
Michele Valensise, embaixador da Itália no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Gianluca Bertinetto, cônsul-geral em São Paulo, e de Pietro Sferra Carini, primeiro-secretário comercial da Embaixada da Itália.

TIROTEIO

Da secretária de Assistência Social do Estado de São Paulo e ex-diretora do Inep no governo FHC, Maria Helena Guimarães de Castro, sobre o adiamento do Enade, o exame que substitui o Provão no governo Lula, de junho para novembro:
-O sistema de avaliação não pode mudar a cada ano. Além disso, o país vai gastar R$ 32 mi com Enade, quando o último Provão, que o PT acusava de ser caro, custou, em 2002, R$ 28 mi.

CONTRAPONTO

Estado de espírito

O ministro da Educação, Tarso Genro, e seus dois antecessores diretos, Paulo Renato Souza, titular da pasta no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), e Cristovam Buarque iniciavam quinta passada um debate sobre a reforma universitária promovido pela Folha quando o último disparou:
-Em primeiro lugar, seguindo a orientação do mediador do debate de que três ex-ministros têm que ser educados...
O mediador corrigiu o petista Cristovam, demitido por Lula no final de 2003:
-Três ex-ministros não, um deles ainda é ministro.
Nem deu tempo de o senador pelo Distrito Federal ficar sem graça, já que o próprio Tarso Genro, sorrindo, saiu em sua defesa e se encarregou de fazer uma ressalva:
-Não sei por quanto tempo. Pelo menos até a reforma eu continuo no cargo!


Próximo Texto: Com aumento, deputado vai custar 73% a mais que em 95
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.