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Irmãos viveram em expedições
PAULO SALES
do Banco de Dados
Enfrentar a malária e tribos de
índios nem sempre amistosas fizeram parte do cotidiano das expedições de que Claudio Villas Bôas
participava. Um dos mais importantes sertanistas e indigenistas
brasileiros, ao lado do irmão Orlando, Claudio nasceu em 8 de dezembro de 1916, em Botucatu (225
km a noroeste de São Paulo).
Claudio e os irmãos Orlando e
Leonardo fizeram sua primeira expedição em 1943, chamada de
Roncador-Xingu, criada e patrocinada pelo então presidente Getúlio Vargas.
A expedição, que partiu do rio
das Mortes (Mato Grosso) em direção a Manaus (AM), tinha por
finalidade desbravar áreas de difícil acesso para instalar núcleos populacionais no Centro-Oeste.
Os Villas Bôas uniram-se a garimpeiros, aventureiros e militares para conquistar uma região até
então habitada principalmente pelos índios xavantes.
A expedição durou até 1951. Nesse período, os Villas Bôas tiveram
contato com diversas tribos, pacíficas e hostis, abriram picadas e
mapearam a região. Também contraíram malária diversas vezes.
Após o fim da expedição, os três
irmãos continuaram vivendo na
região, "pacificando" e estudando
as tribos, além de iniciar projetos
para a criação de um parque indígena apoiado por pesquisadores
brasileiros e estrangeiros.
Em 57, Claudio Villas Bôas chefiou uma nova expedição, partindo da serra do Cachimbo, no sudoeste do Pará.
O parque indígena idealizado
pelos Villas Bôas foi concretizado
com a criação, em 1961, do Parque
Nacional do Xingu. Definido por
seus criadores como uma "sociedade de nações", o parque abrigava em 1994 cerca de 6.000 índios e
18 aldeias de tribos diferentes.
No mesmo ano da criação do
parque, Leonardo Villas Bôas
morreu de miocardite reumática,
aos 43 anos.
Em 74, Claudio adotou Tauarru,
um índio de 12 anos que ele conhecia desde o nascimento. Tauarru,
que acabou herdando o nome do
pai adotivo, morreu dez anos depois num acidente de automóvel.
Indicados duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz -em 71 e em
75-, Claudio e Orlando Villas
Bôas escreveram em 94 o livro "A
Marcha para o Oeste", vencedor
do Prêmio Jabuti como melhor livro-reportagem.
Ao todo, Claudio e Orlando Villas Bôas passaram quase 40 anos
na região central do Brasil.
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