DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça Federal determinou ontem a libertação dos 16 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que lideraram a invasão à fazenda Córrego da Ponte, da família de Fernando Henrique Cardoso.
Eles estavam presos desde o último dia 24 na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília. Na saída do prédio, por volta das 22h, dois deles levavam nas mãos a bandeira vermelha do movimento e posaram para fotos.
O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara da Justiça Federal, aceitou o pedido de relaxamento de prisão feito pelas advogadas do MST, após outras duas tentativas -na Justiça de Minas Gerais e no Tribunal de Justiça do Estado. Os líderes ficarão em liberdade até o julgamento.
Segundo a advogada Herilda de Sousa, os 16 líderes presos têm amparo constitucional para responder ao inquérito em liberdade, pois têm domicílio certo, não ofenderam a ordem pública e não trarão problemas à instrução criminal e à aplicação da lei penal.
Eles podem responder pelos crimes de invasão de propriedade, resistência à prisão, manter pessoas em cárcere privado e formação de quadrilha. O inquérito será enviado até sexta para a Justiça Federal. Eles não responderão pelo crime de furto, segundo a PF. A investigação da polícia concluiu que nenhum objeto da propriedade foi furtado durante a invasão organizada pelo MST.
Ainda há duas perícias da PF em andamento, uma sobre o material apreendido com os sem-terra e outra sobre as máquinas e os objetos depredados na fazenda. Após conclusão dessas sindicâncias, o inquérito será concluído.
O principal líder da invasão, Clédson Mendes, disse que ninguém sofreu violência física durante o período em que estiveram presos, mas reclamou do tratamento no momento da prisão, quando foram algemados e colocados com o rosto no chão.
O MST não informou se os 16 líderes participariam de marcha de protesto que está sendo realizada de Buritis a Brasília.



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