São Paulo, terça-feira, 02 de abril de 2002

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ENTENDA O CASO

Após 14 horas de negociação, líderes foram presos por PF

DA REDAÇÃO

Os 16 líderes do MST foram presos pela Polícia Federal durante a desocupação da fazenda Córrego da Ponte, de propriedade dos filhos do presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 24 de março. Os sem-terra tinham invadido a fazenda no dia anterior. Segundo integrantes do movimento, a porteira da propriedade estava aberta, e eles não encontraram nenhuma resistência para entrar no local.
Os invasores ameaçaram atear fogo à fazenda, caso tropas do Exército entrassem na fazenda. "Não vamos sair para negociar. Estamos armados com foices e paus", disse à época Clédson Mendes, integrante da coordenação nacional do MST.
O ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) classificou a invasão de um ato de "terrorismo" e enviou ouvidores agrários para negociar a saída da fazenda.
Após 14 horas de tensa negociação, os sem-terra aceitaram deixar a propriedade. Em troca, ninguém seria preso. Mas a PF deteve 16 líderes da invasão, que foram levados para Brasília. A prisão contrariou acordo mediado por agentes do governo, que se demitiram, em protesto.
No dia 27, o governo anunciou que 10 dos 16 líderes presos seriam excluídos do processo de reforma agrária. Cinco, que já estavam assentados, teriam de devolver as terras e os créditos. Os outros cinco, que ainda não receberam as terras, tiveram seus contratos de assentamento rescindidos e teriam de devolver os créditos já recebidos. O MST disse que entraria com mandado de segurança na Justiça Federal assim que qualquer um dos líderes fosse notificado.
Advogados do MST entraram com pedidos de relaxamento de prisão dos líderes em Buritis e no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Ambos foram negados.
Integrantes do movimento organizaram marchas em protesto contra as prisões. A caminhada de Buritis a Brasília, que acontece desde sexta, foi mantida apesar da libertação determinada pela Justiça Federal.


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