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INVESTIGAÇÃO
Documentos se referem a movimentação da conta Diderot, em NY
Extrato identifica depósitos de Pitta em outras 2 contas
CHICO DE GOIS
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os extratos da conta Diderot,
aberta pelo ex-prefeito Celso Pitta
(1997-2000) no Commercial Bank
of New York em dezembro de
1993, quando ele era secretário
das Finanças da Prefeitura de São
Paulo, revelam pelo menos mais
duas contas para as quais foram
transferidos recursos que somam
aproximadamente US$ 130 mil.
De acordo com o Ministério Público, Pitta movimentou cerca de
US$ 1,5 milhão na conta Diderot.
Normalmente, o nome de uma
conta no exterior é dado por
quem a abre. Diderot é uma referência ao filósofo e escritor francês Denis Diderot (1713-1784).
Os extratos aos quais o Ministério Público teve acesso foram entregues na semana passada pela
ex-mulher de Pitta Nicéa Camargo, que, no mês passado, esteve
em Nova York (EUA) para pegar
cópias dos documentos. A conta
foi fechada em 1º de agosto de
1997, quando foram retirados os
últimos US$ 17.144.
O ex-prefeito Celso Pitta voltou
a negar ontem, por meio de sua
assessoria de imprensa, que possua conta no exterior.
Lago
As duas novas contas investigadas pelo Ministério Público são
identificadas nos extratos como
Madrid e Lago. As primeiras
transferências para a Madrid se
deram em 11 e 13 de abril de 1995.
Foram dois depósitos, um no valor de US$ 5.669 e outro de US$
6.565. Conforme os extratos, a
Madrid recebeu US$ 41.796 da
conta Diderot.
A conta Lago recebeu o primeiro depósito da Diderot em 1º de
dezembro de 1995. Na ocasião, foram creditados US$ 15 mil. No
mesmo mês, outros dois depósitos foram direcionados para a Lago: US$ 10.438 no dia 11 e US$
7.292 no dia 20. Somando toda a
movimentação, a Lago recebeu
US$ 87.896. O último envio de dinheiro para ela ocorreu em 20 de
fevereiro de 1996.
Os promotores Silvio Marques e
Sérgio Turra Sobrane, que investigam a abertura de contas no exterior pelo ex-prefeito Celso Pitta,
ainda não sabem dizer quem são
os donos ou beneficiários das
contas Madrid e Lago.
Os promotores também analisam se houve depósitos da Diderot para a conta em nome da
Cutty International, aberta em
Zurique em 1997. A Justiça suíça
encaminhou ao Brasil cópias dos
extratos dessa conta e o termo de
abertura, assinado por Pitta e por
Nicéa Camargo. Como endereço
dos donos, aparece o apartamento em que ambos moravam na
ocasião, em São Paulo.
Transferências
O que chama a atenção de Marques e Sobrane é o fato de haver
transferências da conta Diderot
para a sigla CIF. Na análise preliminar do Ministério Público, CIF
poderia referir-se a Cutty Internacional. Os depósitos para essa sigla somam US$ 676.424. De uma
só vez, no dia 31 de janeiro de
1997, foram enviados US$ 623 mil
para a CIF.
O dinheiro que estava na Cutty
International saiu da Suíça, foi para os Estados Unidos e, depois,
acabou depositado na ilha de
Guernsey, paraíso fiscal do canal
da Mancha.
Os documentos entregues por
Nicéa também já estão em poder
de membros da CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) do Banestado, que apura o envio irregular de recursos ao exterior por
meio de contas CC5. Celso Pitta
deverá depor na CPI, mas a data
ainda não está definida.
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