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Serra pede trégua a defensores de Kassab
Governador teme efeitos que declarações favoráveis de seus aliados à reeleição de prefeito possam ter na sucessão de 2010
Tucano pode apoiar Alckmin diante de pressões no PSDB; segundo Datafolha, maioria do eleitorado prefere Serra ao lado de correligionário
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob pressão dos alckmistas e
temendo reflexo na disputa
presidencial, o governador de
São Paulo, José Serra, fez apelo
para que seus aliados deponham as armas na briga interna
do PSDB. Serra tem pedido moderação aos defensores da
aliança com o prefeito Gilberto
Kassab (DEM), especialmente
aos seus principais assessores.
Seu medo é que manifestações mais enfáticas de serristas
sejam encaradas como uma intervenção pessoal em favor de
Kassab. Após divulgação pesquisa Datafolha, Serra também
tem admitido a necessidade de
se declarar sobre a sucessão.
A expectativa é que explicite
apoio à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin.
Serra e Alckmin se reuniram
recentemente.
Segundo tucanos, nas conversas, Serra cita o resultado da
pesquisa, em que 60% dos entrevistados afirmam que deveria apoiar o candidato do PSDB
na disputa municipal.
Favorito na corrida presidencial, ele teria alertado ainda
para o risco de brigas internas
prejudicarem a candidatura do
PSDB à Presidência.
Além disso, a pesquisa teria
servido para abrandar o ânimo
de serristas, antes dispostos a
um enfrentamento no PSDB. A
pedido de Serra, a idéia de convenção tem sido rechaçada.
"Convenção é uma idéia muito radicalizada. Até uma convenção, há um longo caminho",
afirmou ontem o líder do PSDB
na Câmara, Gilberto Natalini,
para quem "o clima está mais
calmo".
Entre os aliados de Serra, há
quem defenda a disputa no voto para a escolha do candidato.
Mas o governador tem pedido
para que se contenham.
Entusiasta da aliança, o vice-governador Alberto Goldman
voltou ontem a defender a coligação. E, apesar da liderança de
Alckmin na pesquisa, disse que
"qualquer solução, seja Geraldo
ou Kassab na cabeça de chapa,
teria resultado final equivalente". Mas ressaltou: "O ideal está
na minha cabeça. Só que a unidade é mais importante do que
minha chapa ideal".
O silêncio do secretário municipal Andrea Matarazzo
(Coordenação de Subprefeituras), amigo do governador,
também é usado para mensurar esse esforço de Serra.
Outro: em artigo publicado
na Folha, o presidente municipal do PSDB, José Henrique
Reis Lobo, defendeu a "densidade eleitoral" como critério
de escolha do candidato. Foi
interpretado como um gesto
em favor de Alckmin.
A resignação dos serristas
preocupa democratas. O medo
é que Kassab perca sustentação
política no PSDB e desista.
Nas conversas, porém, Kassab tem comemorado o índice
de aprovação de seu governo,
de 38%. "Se, com índices como
esses, Maluf elegeu o Pitta, o
prefeito pode se reeleger", afirmou o secretário municipal
Rodrigo Garcia (DEM).
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