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PÃO E CIRCO
Dupla de Pernambuco fez elogio improvisado a Alckmin na festa
Repentistas ironizam gestão Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma crítica "embolada" ao
presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, roubou a
cena dos políticos ontem na festa da Força Sindical. "A Fome
Zero Zerou", música cantada
pela dupla pernambucana de
repentistas Caju & Castanha,
conquistou o público que vaiou
o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti.
A letra, recheada de tiradas ferinas, é um protesto contra a
condução do Programa Fome
Zero e a compra do AeroLula, o
novo avião presidencial.
"A fome zero, zerou/ tem gente passando fome/ E a comida
não chegou./ Peço ao nosso presidente/ que nos dê mais atenção/ que essa tal de Fome Zero/
tá uma esculhambação./ Arrecada as comidas,/ mas não chega pra o povão", diz a música,
tocada em ritmo de embolada.
"Ele um dia até falou/ que se
viesse a ganhar/ o salário dobraria,/ para a fome acabar./ Mas
comprou um avião/ só pra ele
passear", cantam os repentistas
em outro trecho.
Depois de criticar Lula, Caju
& Castanha emendaram um repente que elogiou o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB). "Eu quero cumprimentar o Geraldo Alckmin,/ e ele já
está presente/ tá escutando a
gente/ eu daqui, você de lá/ lhe
digo com muito amor,/ é o melhor governador/ que o Brasil
pôde criar."
Pouco antes da apresentação
dos repentistas, o tucano havia
arrancado aplausos do público
ao iniciar seu discurso perguntando: "Quem quer música?"
Depois de uma fala curta, o governador deixou o palco como o
orador mais aplaudido.
Alckmin foi questionado se
havia gostado da música. "Sim,
mas nunca tinha ouvido", disse.
Caju & Castanha subiram ao
palco logo depois do discurso
do presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. "Convidei uma dupla para
vir aqui cantar uma música para
o Lula", afirmou o sindicalista,
ao apresentar os repentistas à
multidão.
A canção "A Fome Zero Zerou" está no 17º álbum dos cantores pernambucanos, "Recado
a São Paulo". No disco, Caju &
Castanha misturam ritmos típicos do Nordeste, como a embolada, com sons urbanos, como
rap.
(JL e BL)
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