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ADMINISTRAÇÃO
"Não acredito", disse prefeito interino ao final da votação do STJ que adiou para hoje a decisão sobre Pitta
Decisão do tribunal é "política", diz Regis
Patrícia Santos/Folha Imagem
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O prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira, em seu gabinete no Palácio das Indústrias |
FÁBIO ZANINI
THOMAS TRAUMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito interino de São Paulo,
Regis de Oliveira (PMN), classificou de "tipicamente política" a
postura adotada ontem pelos ministros do Superior Tribunal de
Justiça.
"A decisão do juiz tem conteúdo político. Ele tem de ser imparcial, mas sempre age politicamente. Essa (decisão) é tipicamente de
cunho político, porque é um tema
que sofre muitas interferências
externas", afirmou. Mas ele ressalvou que considera os ministros
do STJ "extremamente íntegros".
A Folha apurou que a suspensão do julgamento do recurso do
prefeito afastado Celso Pitta
(PTN) desagradou ao prefeito interino. "Não acredito", afirmou,
em voz alta, no seu gabinete, ao
saber pela televisão que o julgamento terminara empatado em
dois votos.
Regis estava convencido de que
o recurso de Pitta seria negado pelo Superior Tribunal de Justiça
por quatro votos a zero.
"Eu estava convicto de que alguma decisão sairia hoje (ontem),
positiva ou negativa. Foi uma coisa inesperada", declarou.
Depois do julgamento, apreensivo, Regis ligou para amigos em
Brasília. Ficou mais aliviado ao
saber que o julgamento termina
hoje, pois temia ficar uma semana
no cargo sob a ameaça de voltar a
ser vice-prefeito.
O prefeito interino admitiu que
o adiamento prejudicará seu trabalho à frente da prefeitura. "Eu
estava a 150 quilômetros por hora
e tive que colocar o pé no breque",
disse ele.
Anteontem, em entrevista à Folha, Regis admitiu que, apesar de
seu "forte ritmo" de trabalho, as
medidas que anunciou -programa de renda mínima, criação de
subprefeituras e retomada do
Projeto Cingapura (habitação)-
terão problemas para ser concluídas até o final do ano, por falta de
tempo e verba.
Regis afirmou que "colocar o pé
no breque" não significa que a administração municipal tenha parado. "O que acontece é que eu tive de dar uma parada, vou naturalmente ter de paralisar decisões
importantes até que haja uma definição. E é ruim, porque a cidade
necessita de ação", declarou.
A primeira das "decisões importantes" a ser congelada foi o
anúncio de cinco novos secretários -Cultura, Bem-Estar Social,
Negócios Jurídicos, Abastecimento e Verde e Meio Ambiente-,
que seria feito hoje de manhã.
"Vou esperar. Não tem sentido
anunciar os secretários às 10h30
se eles tiverem de sair à tarde."
O prefeito disse que conversou
com vários integrantes de sua
equipe "para esclarecer o que estava acontecendo". "Meus secretários assumiram sabendo da situação jurídica que havia e já contavam com essa possibilidade."
Em entrevista, Regis fez questão
de elogiar o ministro Milton Luiz
Pereira, que dará o voto de desempate amanhã. "Não somos
amigos e nunca trabalhamos juntos, tive apenas contato social
com ele. Sei que é uma pessoa introvertida, mas excelente jurista."
O prefeito interino afirmou estar "completamente tranquilo".
"Não há nada que eu possa fazer
além de esperar a decisão", disse.
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