São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2000


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ADMINISTRAÇÃO
"Não acredito", disse prefeito interino ao final da votação do STJ que adiou para hoje a decisão sobre Pitta
Decisão do tribunal é "política", diz Regis

Patrícia Santos/Folha Imagem
O prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira, em seu gabinete no Palácio das Indústrias


FÁBIO ZANINI
THOMAS TRAUMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito interino de São Paulo, Regis de Oliveira (PMN), classificou de "tipicamente política" a postura adotada ontem pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça.
"A decisão do juiz tem conteúdo político. Ele tem de ser imparcial, mas sempre age politicamente. Essa (decisão) é tipicamente de cunho político, porque é um tema que sofre muitas interferências externas", afirmou. Mas ele ressalvou que considera os ministros do STJ "extremamente íntegros".
A Folha apurou que a suspensão do julgamento do recurso do prefeito afastado Celso Pitta (PTN) desagradou ao prefeito interino. "Não acredito", afirmou, em voz alta, no seu gabinete, ao saber pela televisão que o julgamento terminara empatado em dois votos.
Regis estava convencido de que o recurso de Pitta seria negado pelo Superior Tribunal de Justiça por quatro votos a zero.
"Eu estava convicto de que alguma decisão sairia hoje (ontem), positiva ou negativa. Foi uma coisa inesperada", declarou.
Depois do julgamento, apreensivo, Regis ligou para amigos em Brasília. Ficou mais aliviado ao saber que o julgamento termina hoje, pois temia ficar uma semana no cargo sob a ameaça de voltar a ser vice-prefeito.
O prefeito interino admitiu que o adiamento prejudicará seu trabalho à frente da prefeitura. "Eu estava a 150 quilômetros por hora e tive que colocar o pé no breque", disse ele.
Anteontem, em entrevista à Folha, Regis admitiu que, apesar de seu "forte ritmo" de trabalho, as medidas que anunciou -programa de renda mínima, criação de subprefeituras e retomada do Projeto Cingapura (habitação)- terão problemas para ser concluídas até o final do ano, por falta de tempo e verba.
Regis afirmou que "colocar o pé no breque" não significa que a administração municipal tenha parado. "O que acontece é que eu tive de dar uma parada, vou naturalmente ter de paralisar decisões importantes até que haja uma definição. E é ruim, porque a cidade necessita de ação", declarou.
A primeira das "decisões importantes" a ser congelada foi o anúncio de cinco novos secretários -Cultura, Bem-Estar Social, Negócios Jurídicos, Abastecimento e Verde e Meio Ambiente-, que seria feito hoje de manhã.
"Vou esperar. Não tem sentido anunciar os secretários às 10h30 se eles tiverem de sair à tarde."
O prefeito disse que conversou com vários integrantes de sua equipe "para esclarecer o que estava acontecendo". "Meus secretários assumiram sabendo da situação jurídica que havia e já contavam com essa possibilidade."
Em entrevista, Regis fez questão de elogiar o ministro Milton Luiz Pereira, que dará o voto de desempate amanhã. "Não somos amigos e nunca trabalhamos juntos, tive apenas contato social com ele. Sei que é uma pessoa introvertida, mas excelente jurista."
O prefeito interino afirmou estar "completamente tranquilo". "Não há nada que eu possa fazer além de esperar a decisão", disse.


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