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Ex-secretária depõe
sobre gastos com flat
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A ex-secretária particular do
prefeito afastado de São Paulo,
Celso Pitta (PTN), depôs ontem
no Ministério Público Estadual e
afirmou ter sido a responsável pela escolha de um flat, cujos gastos
seriam incompatíveis com o rendimento do prefeito.
A promotoria da Cidadania está
investigando como Pitta, que ganha cerca de R$ 6.000 por mês e
está com os bens bloqueados desde 1997, mora em um flat, onde o
valor médio do aluguel é R$ 4.000,
além das taxas de condomínio e
de IPTU (R$ 1.113).
Marlene Beteghelli disse que, a
pedido de Pitta, procurou vários
imóveis para locação e preferiu o
flat do Sutton House pela infra-estrutura. "Tem salão de ginástica e
piscina", informou em seu depoimento.
Pitta está hospedado no flat, localizado em um bairro nobre de
São Paulo, desde novembro passado, quando se separou da ex-primeira-dama Nicéa Pitta.
Marlene disse que o prefeito pagava R$ 2.113 por mês para morar
no hotel. Ela afirmou que cuidava
pessoalmente dos pagamentos,
feitos sempre em dinheiro.
"Eu recebia o dinheiro das mãos
do prefeito Celso Pitta e entregava
para o senhor Marcelo (Alves Simões de Souza), gerente da imobiliária", informou.
A ex-secretária de Pitta recebia
mais do que o próprio prefeito de
São Paulo. Enquanto o salário de
Pitta é de aproximadamente R$
6.000 (mesmo afastado, ele continua recebendo), Marlene recebia
cerca de R$ 7.200.
Em janeiro de 1998, Marlene foi
contratada pela Prodam (Companhia de Processamento de Dados
do Município), que é uma autarquia, mas foi transferida para a
prefeitura. Ela disse que, desde o
início, sabia que iria trabalhar como secretária particular de Pitta.
"Fui uma das secretárias do prefeito anterior, Paulo Maluf (93-96). Conheci Celso Pitta quando
ele era secretário das Finanças."
Para a polícia, isso configura
prática de desvio de função. Como os salários da prefeitura são
baixos, as empresas municipais
seriam usadas para contratar com
salários melhores.
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