São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2000


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Para FHC, "polícias matam sem razão"

DO ENVIADO A HANNOVER


O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que "algumas das polícias do Brasil acho que até matam sem razão". Foi em meio a comentários sobre o plano nacional de segurança que está em discussão no governo.
FHC usou as mortes "sem razão" cometidas por policiais como exemplo de que o combate à criminalidade exige uma "mudança cultural" generalizada.
O presidente prometeu fazer a sua parte, ou seja, envolver-se pessoalmente no debate sobre a questão da segurança, mas afirmou: "Não se imagine que o presidente da República vai subir morro para pegar bandido".
Vai, sim, dar uma demonstração de "solidariedade" para a mobilização de toda a sociedade.
FHC disse que já conversou a respeito com alguns governadores" e tratou de afastar preventivamente qualquer especulação sobre utilização político-eleitoral de um plano dessa natureza.
"É um assunto demasiado sério para ser tratado como lance político ou eleitoral ou como afirmação de personalidade", afirmou.
O presidente também teve a cautela de deixar claro que não espera resultados imediatos de qualquer plano que venha a ser posto em prática na área de segurança: "Não se imagine que se resolve essa questão com um ato isolado ou espetacular".
FHC aproveitou a entrevista para, mais uma vez, discordar da tese de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), presidente do Senado, para quem as Forças Armadas deveriam ser convocadas para atuar na área de segurança.
Pediu que não se confundisse "alhos com bugalhos", porque "as Forças Armadas não podem agir como polícia. Não têm treinamento para isso, nem para prevenir distúrbios de massa nem para combater a bandidagem".
FHC fez interpretação toda particular de resultado de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria que diz que 55% são favoráveis à tese de "tolerância zero".
Essa expressão designa práticas adotadas em Nova York no sentido de não tolerar a pequena criminalidade. Para o presidente, a pesquisa indicaria que estava certo ao falar de "tolerância zero" em outro contexto (o dos protestos do MST). (CR)


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