ALCINO LEITE NETO
ENVIADO ESPECIAL A HANNOVER

O Brasil vai ter que fazer muito carnaval pelas ruas de Hannover a fim de chamar a atenção dos 40 milhões de visitantes (previstos) da Expo 2000.
Do contrário, só uma parcela miúda dessa multidão vai se interessar pelo pavilhão brasileiro. Ele fica num dos pontos mais obscuros da exposição universal alemã, perto da desimportante entrada noroeste, ao lado do prédio da creche e do jardim da infância.
Fora isso, o pavilhão do Brasil não é uma construção aberta para a rua. Está instalado dentro de um galpão de feira industrial que recebeu o nome de "Nações da América Latina".
Visto de fora, o galpão não apresenta nenhum atrativo especial para o visitante que já percorreu as dezenas de prédios exóticos ou de arquitetura arrojada que pontuam toda a Expo 2000.
Só depois de entrar no galpão é que ele poderá distinguir, no amontoado de exibições dos países latino-americanos reunidos, o pavilhão concebido pela cenógrafa Bia Lessa para o Brasil.
A Expo 2000 está sendo realizada no mesmo lugar onde Hannover faz suas feiras industriais.
A área anterior de exposições tinha 100 hectares e era composta de grandes galpões, nos quais empresas exibiam seus produtos. O espaço foi reurbanizado e ficou com 160 hectares, o equivalente a 224 campos de futebol.
Entre novas ruas e avenidas, foram definidos terrenos para a exibição de países que decidissem investir em pavilhões próprios.
Cinquenta e três nações ergueram seus edifícios, visíveis desde a rua, com entrada autônoma e área útil variável -o pavilhão japonês tem 3.000 m2; o venezuelano, 2.700 m2.
Outros países foram reunidos nos galpões industriais existentes, cada um deles com área média de 15 mil m2. Foi o caso do Brasil, do Paraguai, da Colômbia e outras nações latino-americanas.
Países africanos também estão agrupados num galpão. A exibição "Nações da África", no entanto, fica numa das passagens principais da Expo 2000, a Avenida das Árvores Unidas.


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