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Palocci apela à bancada
petista e defende valor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera da votação do salário mínimo na Câmara dos Deputados, o ministro Antonio Palocci
Filho (Fazenda) compareceu à
reunião da bancada do PT na noite de ontem para defender o salário mínimo de R$ 260. Dos 90 deputados petistas, 21 pretendem
votar contra esse valor.
"Vai ser um diálogo para demonstrar, em primeiro lugar, que
do ponto de vista do aumento real
dos salários, esse [aumento], somado ao combate da inflação, é o
maior dos últimos anos", disse
Palocci ao chegar ao encontro.
A Executiva Nacional do partido já fechou questão a favor dos
R$ 260 e a bancada faria o mesmo
na noite de ontem. O temor da direção do partido é que o voto contrário de petistas nessa questão
estimule outros partidos a fazer o
mesmo. Há resistência em todos
os partidos da base aliada ao governo, mas pelas contas de vários
ministros o salário mínimo será
aprovado no valor proposto pelo
governo federal.
O debate com o ministro da Fazenda foi pedido pelos petistas
que pretendem votar contra os R$
260, mas a decisão do governo de
antecipar a votação para hoje gerou insatisfação nesse grupo. "Se
votar amanhã [hoje] não tem
mais conversa", disse o deputado
Walter Pinheiro (BA), um dos líderes do grupo que já dissera ser
impossível votar o salário mínimo
com esse valor.
"A equipe econômica diz que
não tem dinheiro para dar um aumento maior mas é só reduzir o
superávit primário [economia de
gastos para o pagamento de juros
da dívida], deixar de atender o
FMI [Fundo Monetário Internacional]", disse o deputado Ivan
Valente (SP).
No esforço para unificar a base
aliada na defesa dos R$ 260, o ministro Aldo Rebelo (Coordenação
Política) vai percorrer hoje de manhã os gabinetes de todos os líderes da base aliada em um último
esforço de cooptação dos parlamentares aliados.
Punição a rebeldes
Apesar de não pretender expulsar os deputados petistas que votarem contra o governo na MP do
mínimo, a direção do PT proporá
alguma punição. A mais provável
é que os rebeldes percam o direito
de participar de atividades no
Congresso na cota partidária, como relatorias de projetos e participações em comissões.
No ano passado, três deputados
-Luciana Genro (RS), Babá (PA)
e João Fontes (PB)- e uma senadora -Heloísa Helena (AL)-
foram expulsos do partido por
votarem contra determinação do
governo quanto à reforma da Previdência.
FERNANDA KRAKOVICS
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