São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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Palocci apela à bancada petista e defende valor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na véspera da votação do salário mínimo na Câmara dos Deputados, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) compareceu à reunião da bancada do PT na noite de ontem para defender o salário mínimo de R$ 260. Dos 90 deputados petistas, 21 pretendem votar contra esse valor.
"Vai ser um diálogo para demonstrar, em primeiro lugar, que do ponto de vista do aumento real dos salários, esse [aumento], somado ao combate da inflação, é o maior dos últimos anos", disse Palocci ao chegar ao encontro.
A Executiva Nacional do partido já fechou questão a favor dos R$ 260 e a bancada faria o mesmo na noite de ontem. O temor da direção do partido é que o voto contrário de petistas nessa questão estimule outros partidos a fazer o mesmo. Há resistência em todos os partidos da base aliada ao governo, mas pelas contas de vários ministros o salário mínimo será aprovado no valor proposto pelo governo federal.
O debate com o ministro da Fazenda foi pedido pelos petistas que pretendem votar contra os R$ 260, mas a decisão do governo de antecipar a votação para hoje gerou insatisfação nesse grupo. "Se votar amanhã [hoje] não tem mais conversa", disse o deputado Walter Pinheiro (BA), um dos líderes do grupo que já dissera ser impossível votar o salário mínimo com esse valor.
"A equipe econômica diz que não tem dinheiro para dar um aumento maior mas é só reduzir o superávit primário [economia de gastos para o pagamento de juros da dívida], deixar de atender o FMI [Fundo Monetário Internacional]", disse o deputado Ivan Valente (SP).
No esforço para unificar a base aliada na defesa dos R$ 260, o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) vai percorrer hoje de manhã os gabinetes de todos os líderes da base aliada em um último esforço de cooptação dos parlamentares aliados.

Punição a rebeldes
Apesar de não pretender expulsar os deputados petistas que votarem contra o governo na MP do mínimo, a direção do PT proporá alguma punição. A mais provável é que os rebeldes percam o direito de participar de atividades no Congresso na cota partidária, como relatorias de projetos e participações em comissões.
No ano passado, três deputados -Luciana Genro (RS), Babá (PA) e João Fontes (PB)- e uma senadora -Heloísa Helena (AL)- foram expulsos do partido por votarem contra determinação do governo quanto à reforma da Previdência. FERNANDA KRAKOVICS


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