São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil poderia produzir até 500 t em 30 meses

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), Luiz Carlos dos Santos Vieira, diz que gostaria de mais agilidade no processo de discussão sobre a venda ou não de urânio não enriquecido, para que a estatal possa adaptar logo suas plantas para a exportação.
"Estamos aguardando toda a discussão do governo sobre o quanto é bom ou não fazer isso. Acho bom que nos debrucemos sobre isso aí logo", diz Vieira.
Segundo Vieira, é absurdo não aproveitar as reservas de urânio para exportar o "yellowcake" para terminar de desenvolver o programa nacional de enriquecimento do metal. Segundo ele, o projeto ainda precisaria de US$ 60 milhões. Hoje, as usinas Angra 1 e 2 usam com "yellowcake" enriquecido no exterior. Vieira diz que sua planta de produção de "yellowcake" opera a 60% de sua capacidade, podendo rapidamente fazer excedente para exportação.
"Se derem o sinal, em 30 meses posso produzir 500 toneladas para exportação", afirmou.
Embora muitos especialistas discordem da necessidade de "queimar" as reservas de urânio, é consenso no setor que o programa nuclear brasileiro é avançado e que não há nenhum entrave técnico para a exportação do metal.
"Precisamos do dinheiro e temos a tecnologia pronta. Só não tenho certeza de que o dinheiro da venda vai ser revertido exatamente para o que estão dizendo, o enriquecimento de urânio, o que é normal no Brasil", diz o professor da UFRJ Aquilino Senra.
"Essa discussão não tem cabimento. A produção, o recebimento e o investimento quem vai fazer é a INB, e temos muito gasto para esse dinheiro", diz Vieira. (MVM)


Texto Anterior: Ecos do oriente: Governo vê erro de ministros ao sugerirem acordo nuclear
Próximo Texto: Nacionalistas querem domínio de tecnologia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.