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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
PMDB não terá candidato, admite Temer
Presidente do partido também descarta hipótese de apoiar formalmente Lula ou Alckmin, por causa da regra da verticalização
Deputado diz que desejo da maioria das lideranças, de não criar impedimento às alianças com PT, PSDB e PFL nos Estados, será respeitado
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Até então um dos principais
defensores da candidatura própria do PMDB à Presidência, o
presidente do partido, deputado federal Michel Temer (SP),
sepultou ontem essa possibilidade e também a de eventual
aliança com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ou com o
tucano Geraldo Alckmin.
"Depois de conversar com lideranças do partido nos últimos dias, acho extremamente
difícil agora manter a candidatura própria. Não dá mais. O
que temos de fazer agora é
prestigiar os nossos candidatos
a governador, a senador e a deputado federal", disse Temer.
Temer fez um esforço para
tentar ressuscitar a candidatura própria na última semana.
No entanto, disse que "a maioria do partido não deseja" concorrer ao Planalto ou apoiar
Alckmin ou Lula, que ofereceu
anteontem numa reunião com
o ex-governador de São Paulo
Orestes Quércia no Palácio do
Planalto a vice na sua chapa à
reeleição ao PMDB.
Verticalização
O maior obstáculo para fechar a aliança com Lula é a verticalização, regra adotada nas
eleições passadas e mantida para esta, apesar de uma emenda
constitucional tê-la derrubado.
A verticalização impede que
partidos adversários na eleição
à Presidência se aliem nos Estados. Se apoiar Lula, o PMDB
não poderá se aliar ao PSDB em
nenhum Estado. Nem ao PFL,
que comporá a chapa à Presidência com o tucano.
Lula pretende se reunir com
Temer nos próximos dias para
repetir a oferta de vice ao
PMDB. Deverá ser um encontro para tentar selar um acordo
futuro. A ala governista do partido já disse ao presidente que
não será possível aliança oficial. O gesto de Lula, porém,
servirá para sinalizar ao PMDB
que deseja formar um governo
de coalizão com a sigla, se reeleito, e para tentar ocupar mais
espaço do que Alckmin nas negociações com peemedebistas
sobre alianças estaduais.
A tentativa de nove seções do
PMDB de antecipar a convenção do partido tende a fracassar. Ontem, a Justiça negou
ação do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), pré-candidato a vice-presidente na
chapa do senador Pedro Simon
(RS), contra a decisão da Executiva do partido que adiou a
convenção do dia 11 para o dia
29 deste mês.
Mais: os contrários à candidatura própria deverão convocar uma reunião da Executiva
do partido para a próxima semana a fim de cancelar até a
convenção do dia 29. Ou seja,
restaria aos defensores da candidatura própria recorrer a
uma guerra jurídica com chance incerta de sucesso.
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