São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

PMDB não terá candidato, admite Temer

Presidente do partido também descarta hipótese de apoiar formalmente Lula ou Alckmin, por causa da regra da verticalização

Deputado diz que desejo da maioria das lideranças, de não criar impedimento às alianças com PT, PSDB e PFL nos Estados, será respeitado


KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Até então um dos principais defensores da candidatura própria do PMDB à Presidência, o presidente do partido, deputado federal Michel Temer (SP), sepultou ontem essa possibilidade e também a de eventual aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou com o tucano Geraldo Alckmin.
"Depois de conversar com lideranças do partido nos últimos dias, acho extremamente difícil agora manter a candidatura própria. Não dá mais. O que temos de fazer agora é prestigiar os nossos candidatos a governador, a senador e a deputado federal", disse Temer.
Temer fez um esforço para tentar ressuscitar a candidatura própria na última semana. No entanto, disse que "a maioria do partido não deseja" concorrer ao Planalto ou apoiar Alckmin ou Lula, que ofereceu anteontem numa reunião com o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia no Palácio do Planalto a vice na sua chapa à reeleição ao PMDB.

Verticalização
O maior obstáculo para fechar a aliança com Lula é a verticalização, regra adotada nas eleições passadas e mantida para esta, apesar de uma emenda constitucional tê-la derrubado. A verticalização impede que partidos adversários na eleição à Presidência se aliem nos Estados. Se apoiar Lula, o PMDB não poderá se aliar ao PSDB em nenhum Estado. Nem ao PFL, que comporá a chapa à Presidência com o tucano.
Lula pretende se reunir com Temer nos próximos dias para repetir a oferta de vice ao PMDB. Deverá ser um encontro para tentar selar um acordo futuro. A ala governista do partido já disse ao presidente que não será possível aliança oficial. O gesto de Lula, porém, servirá para sinalizar ao PMDB que deseja formar um governo de coalizão com a sigla, se reeleito, e para tentar ocupar mais espaço do que Alckmin nas negociações com peemedebistas sobre alianças estaduais.
A tentativa de nove seções do PMDB de antecipar a convenção do partido tende a fracassar. Ontem, a Justiça negou ação do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), pré-candidato a vice-presidente na chapa do senador Pedro Simon (RS), contra a decisão da Executiva do partido que adiou a convenção do dia 11 para o dia 29 deste mês.
Mais: os contrários à candidatura própria deverão convocar uma reunião da Executiva do partido para a próxima semana a fim de cancelar até a convenção do dia 29. Ou seja, restaria aos defensores da candidatura própria recorrer a uma guerra jurídica com chance incerta de sucesso.


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