São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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PAINEL

Tese 1
Analistas de pesquisas dizem que há mais chance hoje de a eleição presidencial ser decidida no 2º turno do que no 1º. Avaliam que Ciro Gomes, na casa dos 8%, dificilmente cairá. A tendência seria subir pegando votos de FHC ou dos indecisos.

Tese 2
Pesquisas qualitativas têm mostrado que Ciro Gomes possui um discurso econômico mais fácil de ser assimilado pelo eleitor indeciso do que o do PT. Na TV, marketeiros crêem que ele pode subir e bater nos 14% ou 15% em 3 de outubro. Se Lula não cair, deve dar 2º turno.

Cacoete do salto alto
Um marketeiro que não está no comando da campanha de FHC, mas que tem trânsito no tucanato, acha arriscada a volta da retórica de vitória no 1º turno. Pode parecer falta de humildade após susto que Lula deu no governo subindo nas pesquisas.

Pauta
Pelo menos virtualmente o governo teve sucesso na proposta de criar um milhão de empregos no Nordeste por conta da seca. Há 995.762 pessoas cadastradas no computador da Sudene. As listas foram enviadas pelos Estados. E o dinheiro, liberado anteontem. Agora, é ver se o emprego existe no mundo real.

Época de eleição
O PSDB e o PFL espalham que estão fazendo um dossiê contra Newton Cardoso. Alegam que são novas denúncias contra Newtão, que deixou a Prefeitura de Contagem neste ano para disputar o governo mineiro e acabou vice de Itamar (PMDB).

O muro caiu
Enquanto o conservador PPB lança um travesti como candidato a deputado no Rio, a chapa do materialista PC do B paulista terá um pastor evangélico disputando uma vaga na Assembléia: José Francelino de Araújo.

Lobby empresarial
A Frente Parlamentar pela Livre Iniciativa ficou insatisfeita com a medida do Planalto dando prazo de 8 anos para que empresários paguem dívidas tributárias. Queria de 12 a 20 anos. O governo argumenta que o pleito é prejudicial ao Tesouro.

Apoio petista
De Ivan Valente (PT-SP), sobre FHC ter dito no aniversário do real que, "hoje, a prioridade do seu governo são os pobres": "Realmente. Os pobres banqueiros, os pobres latifundiários, dos pobres empreiteiros, os pobres sonegadores...".

O avesso de Maluf

No último dia útil a frente do governo paulista, sexta, Covas quer mostrar serviço na área de Segurança, que tem sido objeto de críticas. Divulga o relatório de 97 da Ouvidoria da Polícia e envia projeto de regulamento disciplinar da PM à Assembléia.

Balanço paulista
O relatório de 97 da Ouvidoria da Polícia revela que em dois anos 1.382 policiais foram punidos e indiciados a partir de queixas feitas ao órgão. A divulgação do estudo foi antecipada para sexta, último dia em que Covas pode fazê-la como governador.

Para inglês ver
ONGs divulgam carta aberta hoje com críticas duras ao acordo FHC-WWF-Bird para criar reservas de 10% da área da Amazônia até o ano 2000. Dizem que o governo não consegue nem tirar do papel os 4% já previstos.

Ameaça
Os sequestradores de Abílio Diniz se preparam para retomar a greve de fome durante a campanha eleitoral. Ela foi suspensa há dois meses após a Justiça ter acenado com o cumprimento da pena em regime semi-aberto. Até agora ficou no aceno.

Menos um
Filiado ao PT, Domingos Mariano, ombudsman da polícia paulista, foi convidado pelo partido para ser candidato a vice na chapa de Marta Suplicy ao governo paulista. Recusou.

TIROTEIO

De Walter Barelli (PSDB), candidato a deputado federal, sobre ele, quando secretário do Trabalho do governo Covas, ter pedido R$ 120 mi ao governo federal para programas de requalificação profissional de desempregados e ter recebido mais R$ 15 mi além dos R$ 32 mi que estavam originalmente garantidos:
- Depois de muita luta já conseguimos um pouquinho. Ganhamos mais R$ 15 mi, mas, mesmo assim, é muito pouco. São Paulo precisa dos R$ 120 mi.

CONTRAPONTO

Circo brasiliense
A comediante Dercy Gonçalves, 91, visitou ontem o comitê de campanha de FHC. Mas, em vez de declarar apoio ao presidente-candidato, foi pedir ajuda para divulgar seu livro "Dercy de Cabo a Rabo".
A atriz se justificou, dizendo que FHC não precisa do seu apoio:
-O que ele pode querer de mim? Eu é que quero que ele faça um Brasil melhor.
Depois, a comediante falou que votou em Fernando Collor e que não se arrepende:
- Disseram que ele era ladrão, mas não provaram nada.
Ao encontrar o coordenador operacional da campanha, Eduardo Jorge, Dercy lhe deu um beijo no rosto e disse:
- Vim trazer meu livro para você ajudar a vendê-lo aqui.
Os fotógrafos pediram que Dercy se sentasse ao lado de Eduardo Jorge, mas ela recusou, deixando o tucano sem graça:
- Vão pensar que nós estamos num colóquio amoroso.

E-mail: painel@uol.com.br



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