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SUCESSÃO
No aniversário do Real, presidente mostra otimismo e diz que juros vão cair
FHC promete crescimento
do PIB acima de 4% em 99
da Sucursal de Brasília
O presidente
Fernando Henrique Cardoso
disse ontem,
durante a cerimônia de aniversário de quatro anos do Plano Real, que o crescimento da economia no próximo ano poderá superar 4%. Mesmo que ele seja reeleito, como deseja, essa é um promessa difícil de ser cumprida.
"Nós vamos crescer, crescer
com estabilidade e, no fim deste
ano, já estaremos rodando, de novo, a economia numa taxa de 3% a
4% ao ano, para que possamos
chegar ao ano que vem com uma
taxa maior ainda, mais sustentada, desde que tenhamos condições
macroeconômicas", afirmou o
presidente-candidato.
É exatamente nessas condições
macroeconômicas que residem as
dificuldades do governo para acelerar o crescimento econômico.
Como FHC lembrou no discurso, tudo irá depender das condições internas e também da situação externa, que passa hoje por
um momento de incerteza diante
da crise nos países asiáticos.
Neste ano, por exemplo, o crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto, a soma das riquezas do
país) deverá ficar entre 1,5% e 2%,
disse o secretário-executivo do
Ministério da Fazenda, Pedro Parente. De 1993 a 1997, a taxa média
ficou em 4% ao ano.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse no seu discurso que o
crescimento será menor neste ano
devido às "medidas que, transitoriamente, fomos obrigados a tomar por ocasião da crise asiática".
"Mas o crescimento já está sendo retomado e nós já viraremos
98/99 com uma taxa de crescimento bem mais elevada", afirmou.
FHC também mencionou a crise
asiática como motivo para reduzir
o ritmo de crescimento da economia neste ano. Malan disse ainda
que o governo está criando condições para o crescimento sustentado da economia, mas que não
quer e não vai gerar nenhuma
"bolha de crescimento".
O presidente reafirmou que a
tendência dos juros é de queda.
Hoje a TBC (Taxa Básico do Banco
Central), que chegou a 43,41% ao
ano em outubro de 1997, está em
21% ao ano -ainda alta para os
padrões internacionais.
"Uma queda que se fará com
critérios técnicos, mas olhando a
política internacional, vendo os
perigos e vendo a nossa situação."
Antes da última redução da
TBC, os aliados políticos do governo pediram que a tendência de
queda fosse mantida.
Para reduzir os juros de maneira
mais rápida, porém, o governo terá de resolver aquele que é considerado o principal problema do
Real agora: o déficit público.
Apesar desse ponto não ter sido
citado nos discursos de ontem, o
governo avalia que será necessário
gerar um superávit primário
-que exclui gastos com juros-
entre 1,5% e 2% do PIB nos próximos dois a três anos.
Segundo Pedro Parente, as reformas constitucionais são importantes para se obter esse resultado.
Entre 1995 e 1997, os gastos do
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com o pagamento de benefícios passou de R$ 32,5 bilhões
para R$ 46,4 bilhões, disse o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda,
Eduardo Guardia.
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