São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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JUSTIÇA
Representantes reunidos no Rio decidem divulgar nota em defesa às acusações de procuradores da República
Policiais federais vão rebater acusações

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

Dirigentes de 40 entidades representativas de policiais federais começaram ontem no Rio de Janeiro a articular um movimento de repúdio ao que chamam de perseguição da Procuradoria da República à PF (Polícia Federal).
Reunidos no Rio, cerca de cem agentes e delegados da PF discutiram a forma de rebater as acusações dirigidas à corporação, nas últimas semanas, por procuradores da República, entre eles o procurador-geral, Geraldo Brindeiro.
Ficou decidido que as entidades divulgarão hoje nota rebatendo as acusações contra a PF. "A nota será uma explicação à opinião pública. Rebateremos tudo", afirmou o secretário-geral da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Paulo Licht.
Além da nota, representantes de sindicatos, associações e federações das diversas categorias de funcionários da PF, como delegados, agentes e peritos, decidiram contratar um escritório de advocacia para processar os que atacarem a corporação.
O contra-ataque dos funcionários da PF será unificado. Para Licht, as entidades terão que desenvolver ações conjuntas. "Temos que formar um bloco coeso e não nos separarmos mais. Vamos marchar no mesmo passo."
A criação de uma entidade, representativa de todos os policiais federais, foi defendida na reunião. Para o delegado federal Mário Dutra, membro da mesa condutora dos debates, é "quase redundante" a medida provisória (MP) editada anteontem pelo governo.
Assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a MP determina o afastamento de serviço de policiais federais que respondem a processos disciplinares.
Segundo os delegados presentes à reunião, há uma só diferença entre a MP e o regimento: a MP manterá os policiais afastados das funções durante todo o processo disciplinar, enquanto o regimento prevê a suspensão do policial apenas no período de apuração do suposto delito praticado.
Entre o término da investigação e a decisão final do governo (punição ou inocência), o policial podia trabalhar, conforme o regimento interno da PF.
A reunião das entidades estava marcada desde maio. O objetivo inicial era discutir reivindicações gerais, como a adoção de um plano de saúde para os cerca de 6.500 funcionários da PF.



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