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Fantasmas na CPTM
são investigados
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O Ministério Público Estadual e a
Polícia Civil estão investigando a
existência de vigilantes fantasma
na CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), empresa
de economia mista do governo
paulista.
Segundo documentos apresentados por ex-funcionários da companhia, a CPTM paga à empresa de
segurança Gocil por vigilantes que
não trabalham.
Os contratos de segurança da
CPTM somam aproximadamente
R$ 75 milhões.
A Gocil nega as fraudes e a CPTM
se limita a informar que instaurou
uma auditoria interna para averiguar as denúncias.
O ex-funcionário da CPTM José
Cícero Braz apresentou 25 cartões
de ponto irregulares de vigilantes
da empresa Gocil que prestam serviços à companhia.
Os cartões estão preenchidos,
mas não têm os nomes dos respectivos vigilantes.
Em comunicação interna da
CPTM datada de 10 de fevereiro, o
funcionário Wellington dos Santos afirma ter encontrado 11 cartões de ponto preenchidos em uma
plataforma ferroviária, embora
não houvesse nenhum vigilante no
local.
Controles
O deputado estadual Paulo Teixeira (PT), que investiga os contratos desde 1996, afirma que os documentos apresentados por Braz e
outros dois ex-funcionários da
CPTM e da Gocil indicam que a estatal fazia dois tipos de controle
dos seguranças.
No registro oficial, havia fraudes
nos cartões de ponto. Em livros de
registro paralelos era marcada de
fato a presença dos funcionários
(veja quadro ao lado).
Cópias dos cartões e dos livros
foram remetidas à Promotoria da
Cidadania, responsável pela investigação no Ministério Público.
A pedido da promotoria, a Polícia Civil instaurou inquérito para
apurar o caso.
Em depoimentos à Polícia Civil,
Braz e o também ex-funcionário
da CPTM Alex Kazi Menezes afirmam que os cartões eram preenchidos irregularmente.
O ex-gerente operacional da Gocil Marco Antonio Guerra Poças
também denunciou as irregularidades à Promotoria de Justiça, no
dia 27 de maio. Ele está desaparecido desde o dia 7 de junho. Os três
disseram que funcionários da
CPTM recebiam propinas da Gocil
para facilitar as fraudes.
A Polícia Civil está investigando
o desaparecimento. O deputado
Paulo Teixeira afirma ter recebido
telefonema de Poças na segunda-feira, no qual teria dito que fugiu
porque estava recebendo ameaças.
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