São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
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CDHU paga além do sugerido

da Reportagem Local

A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano do Estado de São Paulo) paga pela vigilância de seus imóveis 29% a mais do que recomenda um documento das próprias empresas de segurança patrimonial do Estado.
A CDHU paga atualmente R$ 8,40 em média por hora de vigilância. Um documento do Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Cursos de Formação do Estado de São Paulo, ao qual a Folha teve acesso, recomenda a cobrança de R$ 6,50 por hora.
Os contratos firmados em 1996 com as empresas Gocil e Power somam R$ 46 milhões e foram considerados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), em 1997.
O valor pago pela CDHU é, ainda, 12,5% superior ao que recomenda o documento "Prestação de Serviços de Vigilância Patrimonial - versão maio/97" (quando o contrato da estatal já estava em vigor), assinado pelo secretário de Governo do Estado, Antonio Angarita.
A recomendação é de que órgãos do governo não paguem mais do que R$ 7,32 por hora de vigilância. Na versão de maio de 98, o valor sobe para R$ 7,64. Nesse caso, a CDHU estaria pagando 9,9% a mais do que a recomendação do próprio governo estadual.
CDHU e Gocil negam que os contratos estejam supervalorizados (leia texto abaixo).

"Direcionamento"
Segundo o voto do conselheiro-relator do TCE Antonio Roque Citadini, os preços praticados estão acima da média do mercado e houve "direcionamento" na licitação.
O deputado estadual Paulo Teixeira (PT) está coletando assinaturas na Assembléia Legislativa para instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a CDHU.
A Power integra o grupo Tejofran, pertencente ao empresário Antônio Dias Felipe, amigo e colaborador de campanha do governador Mário Covas (PSDB).
Apesar da decisão do TCE, a CDHU vem prorrogando a vigência dos contratos em caráter emergencial há seis meses.
A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo está investigando o caso. (RGa)


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