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CDHU paga além do sugerido
da Reportagem Local
A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
Urbano do Estado de São Paulo)
paga pela vigilância de seus imóveis 29% a mais do que recomenda um documento das próprias empresas de segurança patrimonial do Estado.
A CDHU paga atualmente R$
8,40 em média por hora de vigilância. Um documento do Sindicato das Empresas de Segurança Privada e Cursos de Formação do Estado de São Paulo,
ao qual a Folha teve acesso, recomenda a cobrança de R$ 6,50
por hora.
Os contratos firmados em
1996 com as empresas Gocil e
Power somam R$ 46 milhões e
foram considerados irregulares
pelo TCE (Tribunal de Contas
do Estado), em 1997.
O valor pago pela CDHU é,
ainda, 12,5% superior ao que recomenda o documento "Prestação de Serviços de Vigilância Patrimonial - versão maio/97"
(quando o contrato da estatal já
estava em vigor), assinado pelo
secretário de Governo do Estado, Antonio Angarita.
A recomendação é de que órgãos do governo não paguem
mais do que R$ 7,32 por hora de
vigilância. Na versão de maio de
98, o valor sobe para R$ 7,64.
Nesse caso, a CDHU estaria pagando 9,9% a mais do que a recomendação do próprio governo estadual.
CDHU e Gocil negam que os
contratos estejam supervalorizados (leia texto abaixo).
"Direcionamento"
Segundo o voto do conselheiro-relator do TCE Antonio Roque Citadini, os preços praticados estão acima da média do
mercado e houve "direcionamento" na licitação.
O deputado estadual Paulo
Teixeira (PT) está coletando assinaturas na Assembléia Legislativa para instalar uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a CDHU.
A Power integra o grupo Tejofran, pertencente ao empresário
Antônio Dias Felipe, amigo e colaborador de campanha do governador Mário Covas (PSDB).
Apesar da decisão do TCE, a
CDHU vem prorrogando a vigência dos contratos em caráter
emergencial há seis meses.
A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo está investigando o caso.
(RGa)
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