São Paulo, Sexta-feira, 02 de Julho de 1999
Texto Anterior | Índice

NO AR
Concentração

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Paulo Henrique Amorim renasceu como comercial:
- Antarctica e Brahma, atentas à globalização, se uniram para disputar o competitivo mercado mundial... A união cria uma multinacional verde-amarela que é uma das cinco maiores de bebida do mundo... Mantém a concorrência entre suas marcas.
Foi menos um anúncio de fusão e mais o lançamento de uma estratégia de defesa. Alguns compraram, como seria de esperar, com tão avassaladores anunciantes.
Na efusiva manchete do Jornal da Band:
- As duas maiores cervejarias do Brasil se unem para formar uma potência.
E do Jornal da Record:
- Fusão da Antarctica com a Brahma forma a terceira maior cervejaria do mundo.
Nem parecia a operação que encerra a concorrência no mercado de cervejas. E disse o porta-voz de FHC:
- O presidente recebeu o anúncio como uma comunicação normal, como qualquer empresa que ele recebe.
Míriam Leitão detalhou:
- Num primeiro momento, a tendência das autoridades foi considerar que a operação não pode ser autorizada. Mas o governo já se convenceu que o assunto tem que ser estudado mais profundamente.
FHC deve ter sido persuadido na "comunicação normal". Mas o secretário de Direito Econômico não parecia tão convencido. Pergunta e resposta, em coletiva:
- Em que situações a fusão pode ser desfeita?
- Se não houver garantia de entrada de novos "players". Se houver perspectiva de aumento de preço. Porque é uma operação que representa, obviamente, uma grande concentração no mercado.
Obviamente.

No "melancólico" aniversário do Real, FHC prometia ontem uma política "mais favorável à competitividade".

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


Texto Anterior: Gocil nega irregularidades em contratos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.