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CRISE CAPIXABA
Policiais federais que integram missão há 15 dias ainda não receberam dinheiro para alimentação e hospedagem
Falta de verba ameaça missão especial no ES
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
Os 50 policiais federais que integram, há quinze dias, a missão especial convocada para combater o
crime organizado no Espírito
Santo ainda não receberam o dinheiro para despesas como alimentação e hospedagem.
A missão especial, que atuará
durante 90 dias, foi formada após
o arquivamento do pedido de intervenção federal no Estado. A
medida levou o então ministro da
Justiça, Miguel Reale Júnior, a deixar o governo.
O decreto 1.656, de 3 de outubro
de 1995, prevê a concessão de diárias "por dia de afastamento da
sede do serviço, destinando-se a
indenizar o servidor de despesas
extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana".
Os valores variam de R$ 60 a R$
80, de acordo com o cargo.
O coordenador da Polícia Federal na missão especial capixaba,
delegado José Paulo Rubim, confirma que as diárias não foram pagas. "Os delegados também não
receberam ainda." A assessoria de
imprensa da Polícia Federal em
Brasília informou que os valores
serão pagos nos próximos dias.
"Os policiais estão tendo que
usar cheque especial. Eles têm
gastos nos Estados de origem, como aluguel e escola dos filhos, e
ainda têm que pagar despesas
aqui", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado, Paulo Roberto Barreto. Os
agentes vieram de Brasília, Pará,
Rio Grande do Norte, Maranhão e
Santa Catarina. Segundo Barreto,
há risco de paralisação.
A falta de dinheiro não afeta somente os agentes da missão especial. A Polícia Federal capixaba
possui dívida de R$ 500 mil relativa a gastos com combustível, luz e
telefone. Para o presidente do sindicato, "se o governo federal realmente quer combater o crime organizado tem que oferecer condições financeiras".
Barreto ainda defende a prorrogação da atuação do grupo para
três anos e a criação de uma força-tarefa nas polícias Civil e Militar
para apurar crimes de mando.
A missão é formada pela PF, Polícia Rodoviária Federal, Procuradoria da República e Receita Federal. As corporações estaduais ficaram de fora devido às acusações
feitas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de infiltração
do crime organizado nas polícias
e no governo estadual. Além de
investigar crimes federais, como
lavagem de dinheiro e narcotráfico, a missão trabalha no esclarecimento de crimes contra a vida, de
competência estadual.
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