|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Peemedebista desconhece setor elétrico
Secretário da Cultura de Sérgio Cabral, Luiz Paulo Conde já trabalhou com Cesar Maia e Rosinha Matheus
Sérgio Lima - 19.jan.2004/Folha Imagem
|
Luiz Paulo Conde, que foi vice-governador de Rosinha Matheus |
DA SUCURSAL DO RIO
Às vésperas de completar 73
anos no dia 6, o secretário estadual da Cultura do Rio, Luiz
Paulo Conde (PMDB), assume
a presidência de Furnas, área
com a qual nunca teve ligação.
Conde substituirá José Pedro Rodrigues, engenheiro elétrico que preside Furnas desde
2003. Ontem, após deixar o
Planalto, Conde disse que Lula
procurava um "gestor" e confirmou ter aceitado o convite.
Derrotado na eleição para a
Prefeitura do Rio em 2004,
Conde foi vice-governador e secretário de Meio Ambiente no
governo de Rosinha Matheus.
A política partidária, a que
aderiu nos anos 90 pelas mãos
do hoje desafeto Cesar Maia,
parece ter fascinado o arquiteto a ponto de tê-lo deixado mais
pobre, segundo suas declarações de renda: de R$ 686 mil
em 1996, quando concorreu pela primeira vez a cargo eletivo,
disse ao TRE ter R$ 349 mil em
2004. Como os R$ 686 mil corrigidos seriam R$ 1,5 milhão
em 2004, viu seus recursos serem reduzidos a um quarto do
que tinha ao entrar na política.
Começou como secretário de
Urbanismo, e comandou o
bem-sucedido projeto Favela-Bairro. O êxito o projetou e foi
escolhido por Cesar Maia para
sucedê-lo. Antes desconhecido,
mas com apoio de Maia, elegeu-se em 1996 com um perfil "técnico", batendo Sérgio Cabral.
Governou de 1997 a 2000
dando prioridade a questões
urbanísticas, orgulhando-se do
modelo "síndico". Deu continuidade aos programas Favela-Bairro e Rio-Cidade e concluiu
as obras da Linha Amarela.
Rompeu com Maia em 1999
-depois que este perdeu a eleição para governador para Anthony Garotinho, em 1998.
Em 2000, liderou a campanha e venceu no primeiro turno, mas foi ultrapassado na reta
final por Cesar Maia após gafes
em debates: "Eu minto menos".
Sem cargo eletivo, Conde
uniu-se ao grupo de Garotinho:
foi seu secretário de Articulação e vice-governador de Rosinha em 2002. Tentou a prefeitura em 2004 pelo PMDB, mas
ficou em terceiro lugar -atrás
de Cesar Maia (PFL) e Marcelo
Crivella (PL). Afastou-se do casal Garotinho, com quem mantinha relações cordiais, mas
desconfiadas (Rosinha nem lhe
confiou o governo por nove meses em 2006, quando poderia
ter se candidatado a outro posto). Conde se reaproximou de
Sérgio Cabral, que o chamou
para a Secretaria da Cultura.
Ontem, o convite a Conde repercutiu mal no setor. Em Furnas, o clima era de "apreensão"
pelo fato de ele não ser ligado à
área. "Fico preocupado que a
nomeação tenha obedecido um
critério político. Até onde eu
sei, [Conde] não tem experiência em cargo executivo de grande empresa nem no setor energético", disse Cláudio Sales,
presidente do Instituto Acende, que representa investidores
privados em energia do país.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Após nomeação, aliados esperam mais cargos Próximo Texto: Projeto: Furnas deve participar da construção de usinas no Rio Madeira Índice
|