São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Em todas

O vazamento de e-mails de líderes das Farc, com relatos de tentativas de aproximação da guerrilha colombiana com o governo brasileiro, expuseram novamente um personagem que, pela função, deveria permanecer nos bastidores: Gilberto Carvalho. Pouco depois de aparecer em grampos da Operação Satiagraha como alvo de lobby do grupo de Daniel Dantas, o chefe-de-gabinete de Lula surge como possível interlocutor de ajuda do governo ao representante das Farc no Brasil, Olivério Medina, o "Cura Camilo".
De novo, o Planalto se esforça para blindar o assessor, que teria praticado "ajuda humanitária", dada sua conhecida ligação com a Igreja. Carvalho teria agido "só" no episódio da prisão de Medina, e jamais tentado aproximá-lo de Lula ou de outras autoridades.

Quem é. Selvino Heck, descrito em e-mail enviado por Medina em fevereiro de 2007 ao ex-chefão das Farc Raúl Reyes como "alguém que tem ajudado bastante", é assessor especial de mobilização social da Presidência. Ligado à esquerda petista, foi deputado no Rio Grande do Sul.

Motivacional. Enquanto aplaudia a fala final de Gilberto Kassab (DEM) no debate de anteontem na Band, Orestes Quércia (PMDB) dizia para a correligionária Alda Marco Antônio, vice na chapa do prefeito: "O problema é que ele não acredita... Vou falar pra ele que tem de acreditar".

Ponto futuro. Na platéia, o ex-governador passou boa parte do programa trocando figuras com Aldo Rebelo (PC do B), vice de Marta Suplicy.
De olho na cena, petistas já pensavam em como atrair o apoio de Quércia, hoje com Kassab, num eventual segundo turno Marta x Alckmin.

Colegas. Lu Alckmin sentou-se ao lado de Marlene Campos Machado, mulher do companheiro de chapa do tucano. Apertou a mão da amiga em alguns momentos e, quando a fome bateu, atacou um pacote de bolachas.

Celebridade. O candidato a vereador Oscar Maroni (PT do B), dono da boate Bahamas e desafeto da gestão Kassab, colocou uma van com a marca da casa noturna para levar apoiadores de Ciro Moura (PTC). Na Band, engatou conversa com Eduardo Suplicy.

Vivo. Morto há um ano, ACM foi personagem central do debate em Salvador. Antonio Imbassahy (PSDB) se declarou "grato" pela oportunidade que lhe foi dada pelo cacique -com quem mais tarde veio a romper. Já ACM Neto procurou não se associar demais à herança familiar. Disse que o avô começou a carreira em 1950, enquanto ele é "um político do século 21".

Suspense. O prefeito João Henrique (PMDB) aproveitou o debate para lançar a "Trans-Salvador", via expressa para aliviar o trânsito na capital baiana. Mas evitou detalhar a proposta: "Apresentarei no horário eleitoral". Houve quem lembrasse do Fura-Fila da campanha de Celso Pitta em São Paulo.

Sai de cena. Lair Ferst, empresário pego na Operação Rodin, da Polícia Federal, e um dos pivôs da crise do governo Yeda Crusius, pediu ontem sua desfiliação do PSDB. Na véspera, foi flagrado pela PF tentando sacar R$ 100 mil de uma conta bloqueada.

Queda-de-braço 1. Garibaldi Alves (PMDB-RN) convocou para terça a reunião que vai definir o que todos os senadores querem saber: quando funcionará a Casa durante a campanha eleitoral. Só que a idéia do presidente é oposta à dos comandados: quer que haja só uma semana de recesso branco por mês.

Queda-de-braço 2. Garibaldi acha que fazer apenas um esforço concentrado mensal iria provocar mais desgaste para o Senado. "Os senadores vão querer mais, mas nós temos de pensar na imagem da Casa. Não podemos fazer um recesso logo após o recesso", diz.


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"É senso comum típico de quem não conhece a lei, feita para separar o joio do trigo. O que a Polícia Federal quer é grampear advogados e clientes, o que acabaria com a democracia."

Do presidente da OAB, CEZAR BRITTO, criticando os que defendem veto de Lula ao projeto que torna escritórios de advocacia invioláveis.

Contraponto

Afinidades eletivas

Num "mano a mano" no debate da Band, Ivan Valente (PSOL) tentava emparedar Paulo Maluf (PP), cobrando do ex-prefeito, que havia criticado a política econômica de Lula, o fato de seu partido ser aliado ao governo federal.
-Apoiar um governo não significa concordar sempre com ele. Tenho criticado a política econômica em Brasília, você acompanhou-, rebateu Maluf.
-Eu também sou crítico dessa política econômica feita para banqueiros-, completou Valente.
Presente no estúdio, o vice da chapa de Marta Suplicy, Aldo Rebelo (PC do B), concluiu:
-Puxa vida, até que enfim o PSOL conseguiu arrumar alguém para fazer coalizão!


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