São Paulo, domingo, 2 de agosto de 1998

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TELECOMUNICAÇÕES

Perdedores do leilão já traçam novas estratégias

e da Sucursal do Rio

Perdedores do leilão de privatização do Sistema Telebrás começam a traçar suas estratégias para disputar outras oportunidades de entrada no mercado brasileiro de telecomunicações.
Walduck Wanderley, presidente da construtora Cowan, disse ontem que a empresa tem interesse em explorar a telefonia celular.
Um dos caminhos é o PCS (Personal Communication System), um celular mais barato que apresenta limitações de uso (não funciona dentro de carros).
A Cowan disputou quatro empresas de telefonia celular no leilão de quarta-feira: Telemig Celular, Tele Celular Sul, Tele Nordeste Celular e Tele Leste Celular.
Outra empresa que mantém o interesse no mercado brasileiro é a Bell Canada, que no leilão apresentou ofertas para a compra de três empresas de telefonia celular.
Já atuando no setor de telefonia no Brasil em associação com fundos de pensão na região Centro-Oeste e no Rio Grande do Sul, o grupo examina agora qual seria a melhor tática para aumentar sua participação no mercado nacional.
A Bell Canada mudou sua estratégia para o leilão na semana passada. Iria participar de um consórcio com fundos de pensão, o banco Opportunity e outra empresa canadense. Mas resolveu entrar sozinha -o que levou os ex-sócios a notificarem a Bell Canada que poderiam processá-la.
As oportunidades de novos negócios em telefonia no país serão dadas pelas regras que prevêem concorrência gradual no setor.
A primeira porta de entrada depois da privatização serão as concessões para as "empresas-espelho", que atuarão nas mesmas regiões das companhias de telefonia fixa privatizadas. Os editais para a concorrência deverão ser publicados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) até o final do ano. A expectativa é que as essas empresas comecem a atuar em 99.
Esse sistema de duopólio vai durar até 31 de dezembro de 2001, quando passa a não haver mais limites na telefonia fixa. Qualquer empresa que preencher os requisitos legais poderá conseguir autorização para explorar o serviço.
Mesmo empresas que não participaram do leilão da Telebrás demonstram interesse em disputar as "empresas-espelho".
A AT&T, por exemplo, classifica toda a oportunidade nesse mercado como sendo de interesse da empresa. "Tudo será examinado. A competição é sempre estimulante porque aumenta o tráfego de usuários, o que é atrativo até para quem não está no mercado", disse Wilson Otero, o principal executivo da AT&T no Brasil.
A AT&T é a segunda maior empresa de telefonia do mundo e recentemente fechou acordo com a British Telecom. A companhia britânica visitou o "data room" com informações sobre as teles brasileiras privatizadas, mas não participou do leilão.
(CLÁUDIA TREVISAN, CÉLIA GOUVÊA FRANCO e ISABEL CLEMENTE)


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