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OUTRO LADO
Banco diz manter sigilo sobre atos internos
Citibank evita falar sobre o caso Maluf
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Richard Howe, vice-presidente
de assuntos corporativos do Citigroup, que engloba o Citibank e o
Cititrust, evita entrar em detalhes
quanto à atitude e o envolvimento
da empresa no caso da conta de
Paulo Maluf na ilha de Jersey.
Em tentativas na semana passada, a Folha fez três perguntas específicas a Howe: 1) se ele confirmava que as empresas Red Ruby e
Blue Diamond eram operadas pelo Cititrust em nome de Paulo
Maluf; 2) se ambas as firmas tinham sido criadas pelo Cititrust a
pedido do político; e 3) se criar
empresas offshore era uma prática comum do Cititrust para seus
clientes considerados "especiais".
No fim da tarde de sexta-feira, o
funcionário mandou um fax com
as respostas. Quanto aos itens 1 e
2, dizia, o banco vai manter a mesma orientação divulgada anteriormente, na semana passada:
respeitará sua política de não comentar nem mesmo se uma pessoa é mesmo sua cliente ou não,
mas continua disposto a cooperar
com as autoridades no que for
preciso em suas investigações.
Quanto ao último item, o funcionário respondeu por telefone
que o banco tinha por norma não
comentar com a imprensa sobre
procedimentos internos.
Uma visita ao site oficial do Citibank, no entanto, revela que a
prática indicada pelos documentos obtidos pela Folha em Cayman é, pelo menos, sugerida ali.
No endereço http://www.citibank.com/ipb-global/homepage/index-p.htm, em português,
um texto pergunta: "(...) Você está
buscando formas de diversificar a
sua carteira de investimento internacionalmente? Então, você
veio ao lugar certo".
Clicado o link "venha descobrir", chega-se à apresentação do
que é o "trust": "Proteja você e sua
família dos imprevistos da vida
colocando o seu patrimônio em
um "trust" ou em uma empresa de
investimentos privados -instrumentos legais com esse objetivo".
Os agentes indicados pelo governo de Cayman como representantes das empresas off shore de
Maluf se recusaram a dar informações argumentando com o sigilo propiciado pelas leis locais.
Tim Dargan, do Cititrust Limited, disse que "infelizmente" estava impossibilitado de comentar o
caso em virtude do sigilo devido
pelo banco a seus clientes.
O Cititrust é o agente da empresa Red Ruby Ltd., que movimentou recursos de Maluf na Suíça,
segundo o governo daquele país.
David Bree, da Admiral Administration, se disse assustado pelo
fato de uma empresa de que ele é
agente estar sendo investigada no
Brasil, na Suíça e em Jersey.
A empresa de Bree representa
os interesses da Blue Diamond
Ltd. em Cayman. Segundo o governo suíço, ela movimentou recursos ilegais de Maluf na Europa.
Bree disse que não conhece Maluf, mas observou que isso não
significa que o ex-prefeito não seja seu cliente. "De acordo com as
leis de sigilo de Cayman, não posso revelar nomes de clientes."
Colaborou o enviado especial a Cayman
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