DA AGÊNCIA FOLHA

O secretário-executivo do "ministério da seca", Orlando Muniz, afirmou que o programa de distribuição de cestas básicas está "com os dias contados".
"O programa de cestas básicas é muito complexo, sempre há reclamações. O governo federal está reorientando essa política. O programa está em processo terminal, é questão de dias", disse.
O segundo lote de cestas, que está sendo distribuído, tem duração até a segunda semana de setembro. O governo está estudando a possibilidade de trocar o programa por um valor em dinheiro, que deve ser de R$ 15. Esse valor seria somado aos R$ 60 do Bolsa-Renda, que já estão sendo pagos.
"Com dinheiro no bolso, a pessoa compra o que quiser, e isso fortalece a economia regional. As pessoas não devem ser tuteladas."
Segundo Muniz, o governo está preparando um documento chamado "Carta de Navegação", identificando as prioridades do Nordeste para orientar o conjunto das iniciativas de todos os ministérios em relação ao problema da seca e buscando políticas de desenvolvimento sustentável.
De acordo com o secretário, o governo já tem várias iniciativas, como o Bolsa-Escola, o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e a própria reforma agrária, que seriam programas com resultados permanentes, e não emergenciais.
A Agência Folha tentou ouvir o ministro Raul Jungmann, mas sua assessoria informou que ele estava em viagem ao Chile e só voltaria na próxima semana.
Segundo a Conab, as variações na composição das cestas devem-se a restrições orçamentárias e ao comportamento da produção e dos estoques públicos. Os critérios nutricionais não são levados em conta, já que o governo considera que a cesta tem papel complementar na alimentação. A Conab diz ainda que, em determinados momentos, a cesta foi enriquecida com outros ingredientes, como rapadura e ovos, adquiridos de pequenos produtores das regiões atendidas. (AK)



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