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São Paulo, terça-feira, 02 de setembro de 2003

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PARTIDO AO MEIO

Para senador, tarefa desvia ministro de coisas mais importantes

Suplicy critica dedicação de Dirceu a nomeações políticas

DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) criticou ontem as nomeações políticas feitas pelo Executivo federal ao dizer que ele não se sente "bem" em ver um governo que usa "esse tipo de procedimento". Ele afirmou também que o ministro José Dirceu (Casa Civil) tem "acúmulo de tarefas" devido às "análises" dessas nomeações por "razões políticas".
"Não me sinto bem em ver um governo que fica com esse tipo de procedimento. Não acho saudável. O PT era crítico dessa forma de agir", disse Suplicy.
Para ele, "Dirceu, às vezes, tem tido tal acúmulo de tarefas, inclusive tendo de analisar tantas nomeações por razões políticas, que não tem tido tempo para refletir e tomar decisões sobre assuntos de maior relevância".
O senador afirmou ainda que "Dirceu está assoberbado com essas coisas [nomeações]". "Ele não tem tempo para ver, com a velocidade de que o governo precisa, quais as reflexões sobre a melhor política econômica e social."
De acordo com Suplicy, Dirceu anda ocupado com questões como "nomear e desnomear" e "atender a essa ou àquela sigla" e fica sem tempo de analisar "coisas mais importantes".
Com suas declarações, Suplicy concorda em parte com as críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa, para quem o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva centraliza as decisões nos ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil), além de fazer nomeações políticas.
O governo tem sido criticado, tanto por aliados como pelos partidos de oposição, pelo loteamento da máquina pública, ou seja, pela indicação de políticos ligados ao partido para cargos antes ocupados por técnicos.
A Casa Civil afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que Dirceu não comentaria as declarações do senador.
"As críticas são a descrição de um fato que acontece", afirmou Suplicy, que disse ainda não ficar "assustado" com as opiniões de Corrêa. "Às vezes faz bem que as pessoas da autoridade dele possam mostrar coisas importantes para o governo."
O senador declarou que nunca indicou ninguém para ocupar cargo público. Disse que pessoas que trabalhavam com ele já foram convidadas para ingressar no Executivo, mas não por indicação sua. (JULIA DUAILIBI)


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